Páginas

14 de jun. de 2014

Webserie: Lauren

Descobri essa webserie ontem, meio sem querer. Fui ver um trailer que do canal e logo em baixo tinha o vídeo.
Confesso que não dei muita coisa, ainda pensei: "10 min em um vídeo? Acho que não vou assistir tudo...". Ainda assim apertei o play e comecei a minha revolta pessoal. E nessa assistir os 3 episódios da primeira temporada e logo em seguida os 12 episódios da segunda temporada.

O que eu posso afirmar é que a Troian Bellisario (que faz Pretty Little Liars) me surpreendeu com a sua capacidade de atuação. Eu não achava que ela tinha isso nela.

Até onde eu sei, o vídeo não tem legenda em português.




Agora você já assistiu e eu posso comentar sem medo de spoilers. 

Essa série está muito bem produzida. Fala de um problema muito sério que é o abuso sexual, ainda mais dentro de instituições militares. Mas situações assim acontecem em qualquer ambiente muito masculinizado.
O episódio que mostra o dia do estupro, pra mim, é o pior. Dá vontade de berrar pra ela não fazer, não ir. Mas ela não estava fazendo nada demais, pelo contrário. Estava em um estado frágil, se sentindo indisposta e simplesmente andando até o banheiro (também conhecido como latrina em um acampamento militar). As cenas são fortes e desesperadoras.
A incapacidade da instituição de protegê-la me faz não acreditar, me revolta.
Toda a vez que ela falava em bom tom: "Eu fui estuprada" (I was raped) meus olhos se enchiam de lágrimas. Por que ninguém a volta dela admitia a realidade da situação? Por que não acreditaram nela? Pessoas que sofreram o que ela sofreu e simplesmente responde que, se você quer continuar com a carreira militar, você deve se submeter.
A questão do poder, o terceiro homem que tem um general o protegendo. Condená-lo é impossível. E ele faz porque sabe que estupro, por muitas pessoas, não é considerado crime. Ainda mais no meio de um guerra. Quem vai acreditar na mulher? Mesmo com todas as provas. O estado não pode se dar ao luxo de perder um homem pronto para combate...
Para piorar, mostrar como não irá acontecer nenhuma repercussão, os monstros ainda filmam o ato. É um momento de glória, de prazer. Foda-se a mulher sendo humilhada. Foda-se que ela nunca mais será a mesma. Foda-se as consequências.
É necessário que esse vídeo, mostrando o estupro, se torne de conhecimento público para que algo seja feita. Ela precisa sofrer a humilhação do mundo saber o que ela sofreu para ter justiça. Não saber, ver!

Estupro é coisa séria.
Quando a mulher fala NÃO, cabe ao homem entender e sair de perto.
Nada justifica.
Usar qualquer outra palavra no lugar de estupro é diminuir o ato, diminuir a brutalidade da situação.

28 de jan. de 2014

Aleatório: A Questão das Séries Infinitas

No mundo literário, todo mundo reclama quando uma série possui mil livros. Os leitores querem começo, meio e fim.
Mas quando essas mesmas pessoas são espectadores de uma série de televisão, ninguém quer o final. Querem mais um temporada, mais uma história, ver os protagonistas em novas aventuras e os vilões se superando na maldade, gerando amor e ódio.

Contudo, se você parar mesmo para pensar, qual é mesmo a diferença entre uma série de livros e de TV?

O de TV sai uma vez por semana, o que faz a espera ser menor. O livro sai apenas uma vez a cada 6 meses, isso quando não sai apenas 1 por ano ou demora mais que isso. Mas não vamos esquecer que entre uma temporada e outra tem um hiato de 6 meses, algumas séries até mais que isso. Além disso, na TV, você só tem 40 minutos (ou 20 se for Sitcom) de novidade a cada vez. E dura apenas esse tempo de inédito. O inédito do livro pode durar o tempo que você quiser, o quanto você conseguir se segurar e não ler desesperadamente para saber o final.

A TV e o livro tem em comum o fato que, se não der audiência, será cancelado. Fazer o que? Séries de TV também ficam sem final. E o livro tem a vantagem que o autor pode postar o final em um site/blog ou qualquer coisa para os seus, neste caso poucos, fãs.

Série de livro não depende de ator pra fazer sucesso, na TV, depende. Quantas vezes um personagem não estende sua participação na série pura e simplesmente devido ao carisma do ator? (cof cof Klaus cof cof) No livro o autor pode matar mesmo, sem dó. Vai ouvir as críticas depois, mas ai já tá publicado mesmo.

A autor não precisa ouvir o público a cada 40 minutos. O roteirista sim. Talvez pela resposta mais rápida do público, na TV é mais fácil se fazer ouvir. No entanto isso está mudando. Aliais, existe fanfic pra isso - vamos salvar o personagem!

A série te dá tempo para pensar, criar histórias, desenvolver o personagem. Quando o livro é um "stand alone" - ou seja, não é série - fica tudo meio reduzido, há um limite para desenvolver os personagens, a trama e tudo mais. Claro que sempre há o mais do mesmo. SEMPRE. Tanto na TV, quantos nos livros. Inovar é difícil nesse mundo.

As pessoas reclamam que série não tem fim. Ai eu pergunto: Para que você quer o final DAQUELA história? Ter seu personagem preferido preso naquela história conhecida, que sim, pode ser relida e reinterpretada, mas ainda assim é conhecida.

Parem de falar mal das séries de livros, façam como os viciados em séries de TV, e torçam sempre para mais uma temporada, para mais um livro DAQUELA série, com AQUELE personagem.

5 de dez. de 2013

Livro: Na Ilha

Eu cismei que o nome desse livro é Na Praia, sei lá porque... Bom, talvez por causa da capa que não tem nada a ver com a nada e está completamente fora de lugar. Não entendi bem a razão da Intrínseca ter a mantido, porque além de não ter nada ver com a história, não é uma que nos faz parar na livraria para ver o livro.
Sim... eu não comprei o livro, eu ganhei. E na hora de enrolar e não fazer o que tenho que fazer, eu sou mestre, então acabei lendo esse livro em uma noite, quando deveria estar estudando...
É um daqueles livros tranquilos que você lê rapidinho, em menos de um dia. E apesar de, pela capa, você não poder falar nada da história, a sinopse está bem construída, relatando brevemente o que aconteceu ANTES do livro. Sim, tudo o que está na sinopse acontece nas primeiras 50 páginas. A história é a partir dali.
É bom, apesar de ter alguns problemas temporais bastante chatos. Ela mudava o ano em que se passava a história bem rápido, e misturou acontecimentos. Quis usar fatos para construir o romance e acabou se perdendo. Ela devia ter feito uma pesquisa melhor, usado uma linha do tempo em cima do seu lugar de estudo e feito as interseções entre realidade e ficção de forma mais correta. Acho legal autores que utilizam fatos para construir seus romances, mas o tempo deve ser respeitado.
Ainda teve o problema da calcinha dela, preta a principio, ter virado branca DO NADA. Os itens de limpeza e higiene duraram para caramba, o que foi levado para durar 1 mês, durou 3 anos.
Em alguns momentos tive a impressão de que a autora nunca nem acampou. A personagem tinha umas preocupações meio bobas considerando onde ela estava, perdida em uma ilha deserta com um adolescente quase homem. Preocupações como lavar a roupa com sabão, raspar a perna, ter óleo de bebê para se masturbar... coisas meio estranhas considerando tudo... Pode me chamar de porca, mas se eu tô perdida no meio do nada, com suprimento super delimitado, já praticamente sem esperança de ser resgatada... eu não vou me preocupar se tenho pêlos nas pernas ou não.
Além disso, se eu consegui matar um tubarão, ele será refeição por mais de um dia. Ainda mais considerando que tem uma fogueira para esquentar e cozinhar a carne.
A autora ainda ficou com medo de tocar em tabus e esperou o T.J. crescer para construir o relacionamento, estendendo muito o tempo presos na ilha, criando uma rotina meia bizarra e fazendo o tempo passar muito rápido. De repente já era aniversário dele, natal, ano novo, dia dos namorados, aniversário dela, "volta as aulas" e aniversário dele de novo. Ela esperou ele ter quase 19 anos, um corpo de homem formado, para finalmente acontecer um relacionamento físico.
Ele, T.J., é um personagem muito interessante, afinal teve que crescer quando teve câncer, o que tornou seu passado trágico necessário para justificar o relacionamento. Um menino que aos 15 anos descobre a doença, tem o relacionamento lindo com a outra menina também doente. Ela morre, ele sobrevive. Ele cresce emocionalmente, se recupera. Vai passar as férias com os pais, se perde na ilha. Com 15 anos ele teve que pensar se queria ter filhos no futuro, pois o tratamento o deixa estéril. Se ele não tivesse passado por tudo aquilo, dificilmente conseguiria manter o final feliz com uma mulher 14 anos mais velha que quer casar e ter filhos.
Ela, Anna,é uma professora de inglês presa em um relacionamento sem futuro. Aceita o trabalho do outro lado do mundo para pensar e se distanciar. Tudo acontece. Até pela idade, ela já passou da fase de dúvidas. Ela é uma mulher que sabe o que quer.
Para resumir, eu curti muito os protagonistas, e apesar dos problemas temporais, é uma história bem divertida, para passar o tempo.

12 de nov. de 2013

Livro: Laços de Sangue


Eu não queria ler esse livro agora porque sei o efeito que a Richelle Mead tem em mim. Apesar de eu ter mais de 40 livros para ler me aguardando, estou desesperada pela continuação e me controlando ao máximo para esperar a editora Seguinte lançar em vez de comprar o inglês. (Que foi o que aconteceu com a série Academia de Vampiros, da mesma autora e praticamente o começo dessa série).
A mitologia criada em Academia de Vampiros deu tão certo que a autora resolver escrever um spin off, ou seja, pegou uma personagem relativamente carismática da primeira série, mas que não teve grande importância, e esta virou protagonista da série Bloodlines. O gatinho nº 2, que só se ferrou na primeira série, ganhou um espaço maior e virou o gatinho nº 1 nessa série.
Ficou confuso? Talvez um pouco, mas Richelle é assim. Confunde, mistura, muita coisa acontece em pouco tempo, várias não fazem sentido... Mas por algum motivo, a história é viciante.
E honestamente não sei explicar porquê.
Se eu der um passo para trás e parar para analisar o livro, vou perceber os vários erros de histórias, as situações além do impossível, a quebra na própria mitologia. Contudo, quando eu estou lendo, nada disso importa. Tudo faz sentido e se encaixa. Cada página puxa a outra, cada aventura me surpreende.
Sinceramente, não acho legal ler esse livro sem antes conhecer Academia de Vampiros. Você vai ficar perdido. Ela explica parte da mitologia, de novo, o que deixa quem já conhece um pouco cansado. E alguns mistérios perdem esse status uma vez que você entende o mundo em que se passa a história. Confesso que não lembrava muita coisa da primeira série, mas aos poucos tudo foi voltando. É... pensando melhor, talvez seja melhor começar por essa série... um pouco de mistério nunca vez mal a ninguém... porém não sei se sem conhecer a primeira série, essa te explicará tudo. Acho que sim, mas bem aos poucos, a medida que for sendo necessário para explicar a nova história. Como já disse, não lembrava de muita coisa, e não me fez falta esse conhecimento prévio.
As poucas cenas que a Rose aparece, ela rouba o livro. E pensando um pouco agora, a personalidade da Sydney sofreu grandes alterações para ficar mais parecida com a de Rose. E a Jill, que era fofa e simpática, virou a Lissa (chata, sem graça, e incapaz de ter outros amigos). Mentira, nenhum personagem jamais será tão chato quanto a Lissa.
A relação com os strigoi nesse livro muda um pouco, o que me dá uma pequena esperança que ela irá abalar a sociedade e mostrar que strigoi nem sempre é do mal. Ao mesmo tempo, sei que isso é impossível. Ela criou o bem e o mal e vai manter o mundo nisso. Talvez a grande capacidade da autora é me surpreender por não me surpreender. A gente pensa "não... não pode ser tão óbvio", mas é. Tá bom, algumas vezes não é tão óbvio assim...
Uma coisa que não entendi foi o porque da rosa na capa. Não faria muito mais sentido se fosse um lírio? Mesmo que no vermelho e talz... Tudo bem que o nome do 2º livro é "O Lírio Dourado", e tem essa flor na capa, mas ainda assim, a rosa não tem sentido. Ela ficou na academia de vampiros!! Virou guarda costas da Lissa chata. Enfim, vai entender o que se passa na cabeça dos designers que criaram a capa.
Ah, e se você está feliz, como eu tava, achando que é uma trilogia, com as 3 capas bonitinhas que a Ed. Seguinte já divulgou, fico contente em anunciar que você está enganado. Vai até o 6, de acordo com o Goodreads, sendo que o último ainda não foi lançado. E imagino que toda essa história se passará em apenas 1 ano, como aconteceu com a primeira série. Jura Richelle? Precisava mesmo disso tudo?

Obs. Editora Seguinte, alguma chance de vocês publicarem o capítulo perdido do Adrian? Mesmo que só e-book. Fiquei curiosa agora.

Droga. Vou ler qualquer outra coisa para tentar esquecer essa série e esperar, esperar, esperar...

31 de out. de 2013

Filme: Adam

Descobri esse filme através de uma resenha do livro Passarinha lá da editora que trabalho. Como o livro tem uma protagonista autista, com síndrome de Asperger, a blogueira achou legal relacionar com esse filme, cujo protagonista também tem que conviver com a mesma condição.
Mas as semelhanças acabam ai. Em Passarinha, a protagonista tem 10 anos, enquanto em Adam, ele já é um homem, com diploma universitário e vida adulta.
Esse filme é uma comédia romântica, e trata do assunto de forma tão leve e gostosa que é tudo que eu gosto, apesar daquele final, digamos que, surpreendente considerando que é uma comédia romântica.

Adam já é um adulto, mas que conviveu com o pai a vida inteira, sendo protegido e evitando que o "mundo real cruel" o impeça. Acontece que ninguém é para sempre e o pai morre deixando Adam para viver sozinho e cuidar de si mesmo. Sim, ele ganha uma herança boa e tem um amigo da família que sempre o ajudou, mas acaba ai. O emprego que ele está no momento o demite, em parte por ele ser super qualificado para o mesmo e ganhar pouco, em parte por ele querer levar além da expectativa os brinquedos que produzem, criando custos impossíveis para o produto.
Só para deixar claro, ele tem um diploma de algo próximo a engenharia elétrica e é muito inteligente, só que, por causa da síndrome, tem dificuldade de se relacionar com as pessoas.
E é ai que aparece Beth, uma mulher que acabou de se mudar para o apartamento de cima dele. No começo ela não entende que ele é diferente. Enxerga apenas um menino doce e simpático e em alguns momentos bastante mal educado e sem timing de conversa.
Mas ele gosta dela, e ela dele. E aos poucos eles fazem dar certo uma relação. Não muito tradicional... porém quem se importa?
Ela o ajuda com as entrevistas para outros empregos, ele a ajuda a ter inspiração para escrever seu livro infantil.
Entre dramas e crises, a vida e o relacionamento deles acontece como qualquer outro. E é fofo, simpático, dramático, engraçado...
Os dois crescem e aprendem até o desfecho do filme.
Adam prova que uma pessoa com a síndrome pode sim viver uma "vida normal".


28 de out. de 2013

Livro: Morte Súbida

Como escrever sobre um livro que não sei o que pensar? Um livro que foi um massacre lê-lo por completo, mas entendi a proposta e vi muito da Rowling em suas páginas.


Morte Súbita mostra, dentro de uma sociedade do interior, intrigas existentes nas grandes cidades, nas grandes famílias, dentro dos bairros, nas cidades do interior.
As fofocas, a superioridade natural que algumas pessoas pensam que possuem, a novidade, a sede de poder, os segredos que escondemos de nós mesmos.
Reclamei com amigos que não gosto de livro sem protagonista. No caso desse livro, a protagonista é a cidade, o que torna tudo muito confuso. Personagens possuem mais de um nome (o nome real, o apelido dado pela família e o apelido pejorativo). Até você entender tudo isso, a cabeça vai dando um nó.
Como sempre acontece quando há vários personagens na história, sempre existe aquele que você se identifica, se relaciona de alguma forma. Barry, o morto, virou um anjo por estar morto. E para nos mostrar isso, a autora mata outros personagens no final, em um trágico evento, uma situação de causa e consequência.
J.K. tem uma visão quase sociopata de Pagford, sem emoções. Descreve fatos, mesmo quando se refere ao amor, ciúme, ódio, inveja... 
Os personagens trepam, chupam, fumam... Palavras e expressões que usei muito na minha adolescência como forma de revolta e agora mostradas cruas e diretas no texto. Me espantei com cada uma delas, como se fosse errado lê-las em um texto da Rowling. Me espantei, mas entendi. Ela queria quebrar com o mundo mágico, e assim o fez.
Desenvolveu uma visão crua, em alguns pontos até cruel do mundo, mas nem por isso menos verdadeira. A morte nos torna anjos. E qual a consequência de uma morte? Como cada um reage a mesma? Alguns choram, sofrem, outros fogem das maneiras mais diferentes e ainda há aqueles que não se abalam, que se aproveitam... Mas eventualmente todos seguem em frente. Porque afinal, a outra opção é ir junto, é morrer também. E para quem fica, as consequências.
É... o mundo é assim. Não é porque deu certo para uma pessoa que dará para outra.
A busca por autenticidade de Bola criou o personagem mais falso, incapaz de sentir, de falar o que está vivendo.
Krystal é uma menina que sofre simplesmente por ter nascido. Um erro que nunca foi capaz de reparar. Sem culpa, sofria e ninguém entendia. Acabou virando a culpada.
Andrew, apesar de todos os pesares, é um fofo. A vida dele não é mais fácil que a de ninguém, mas mesmo com tudo o que passa continua sendo doce, se apaixonando e tentando passar pela adolescência sem grandes traumas.
Sukhvinder só queria que alguém a escutasse. E foi preciso que viesse uma menina de Londres para isso acontecesse. Na cidade, ninguém percebia.
Cada personagem com o seu segredo, com a sua história.
Cada ação, uma reação.
Sem começo nem final, Morte Súbita é um meio. É uma reação a uma morte. E acaba quando outra acontece.
É simplesmente a vida. Vista sem os óculos da magia.

Essa música que combina com esse livro, apesar de tudo.

23 de out. de 2013

Livro: Do Seu Lado

Chick Lit era meu gênero de literatura favorito, até eu descobrir o YA. Mas ainda tenho uma paixão escondida, que com livros gostosos como Do Seu Lado, renascem e me lembram porque eu sempre gostei de lê-los.
Do Seu Lado é leve, rápido, fofo... é aquele alívio no meio do turbilhão de ideias e pensamentos. Não é um livro para mudar sua vida, mas para te fazer dar uma pausa e sonhar, talvez até quem saiba olhar pro seu melhor amigo e perceber que Friendzone não é legal... Afinal de contas, quem disse que ele não pode ser o amor da sua vida?
Fiquei sabendo desse livro em parte porque a autora é brasileira. E eu realmente quero dar uma chance para os autores contemporâneos brasileiros, contudo, até esse livro, nunca achei uma história boa o suficiente.
Tudo bem que Do Seu Lado falta conflito, não tem vilão, começa pelo final e termina como novela da globo. É extremamente previsível, mas qual Chick Lit não é?
Eu me relacionei bastante com a família da Sarah. A avó da personagem me lembrou muito a minha avó, que perdi no começo do ano. Por isso me emocionei nas cenas simples, como o jantar de família, e nas não tão simples quando a avó vai para o hospital. Sem dúvida foi minha personagem preferida.
É a dinâmica familiar brasileira, que é diferente do resto do mundo, porém nunca vemos retratada nos livros. É tão legal ler sobre uma música brasileira, ver como ela se relaciona com o livro de outra forma.
O que não ficou muito claro é os pais da Sarah são aposentados, mas de quê para viver confortável daquele jeito? Outra pergunta é como os protagonistas ganham dinheiro. Tudo bem que são arquitetos em uma firma grande, mas eles largam tudo para fazer a pós-graduação fora do Brasil. Vão passar 1 ano vivendo de que? Fiquei preocupada...
Queria saber em qual cidade se passa o livro. Ela deixou isso bem em aberto, podendo ser qualquer lugar do mundo. A festa da roça na casa dos pais de Igor foi divertida, apesar de meia irreal, bastante "chico bento".
Mas quem se importa com essas coisas?
É chick lit, é fofo, e a autora é brasileira. Vale muito a pena conferir!

Obs. Fernanda Saads vamos deixar de ser puritanas e escrever uma cenas de sexo? Não precisa ser nada demais, mas senti falta no livro. As indicações de "coisinhas" com o Bruno ficaram meia vagas...

Música que é citada no livro: