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23 de set. de 2013

Livro: Espinho de Ferro

No último clube do livro da Saraiva, cujo tema foi Steampunk, acabei ganhado esse livro. Ele chegou meio no final, ninguém sabia muito bem sobre o que se tratava. A Frini, mediadora do clube, leu a orelha só para gente ter ideia do assunto. (O que está escrito na orelha não tem nada a ver com o livro, mas enfim...) Ninguém nem sabia que esse livro é um Steampunk e como tal fazia todo o sentido estar naquela edição de clube.
E tenho que começar falando que fiquei muito feliz de ter ganhado. Em suas 500 páginas (sim, esse livro é grande) não há um momento para pausa. É ação, ação e ação. Não é o melhor livro que já li, e tive sim alguns problemas, mas essa história me fez viajar por 1 semana, e me deu uma desculpa para não entrar no computador todo o dia quando voltava do trabalho. E agora que eu acabei estou me sentindo assim... vazia, desocupada, com um buraco na minha imaginação.
Esse livro tem uma capa feia. E nada por fora indica o que iremos encontrar na história. Até o nome traduzido não tem muito a ver e por isso eu entrei completamente despreparada para a aventura que me aguardava junto da doce e inteligente Aoife. (por que esse nome? por que? - e o pior é que é o único nome do livro que é assim ruim. Todos os outros são "normais")
Como eu já disse, não sabia que era um Steampunk e por isso demorei muito para me situar. Eu sabia que se passava depois de uma grande guerra, mas não sabia bem qual. Imaginei que fosse a primeira, mas lá para frente do livro percebi que era a segunda. O livro se passa no ano de 1955, como descobri da metade para o final, com o diário que tem uma data. E até eu chegar nessa parte não tinha certeza de nada. E isso foi uma coisa que senti falta da autora, ela deveria ter pesquisado melhor essa década de 50 para fazer os costumes de acordo. Em alguns momento eu sentia que a Aoife queria ser a Srta Alexia Tarabotti, de Alma?, com as regras de etiqueta de outro século.
Mas quando a personagem assume a sua personalidade, ela é ótima. Ela é uma mecânica, uma engenheira, ela pensa em números. Ela trabalha e estuda cercada de meninos, ela está entrando em uma área que até hoje é dominada pelo sexo masculino. Ela gosta de se sujar, de graxa, de coloca a mão na massa e ver/fazer a máquina funcionar. E é essa a personagem que me conquistou. Forte, desbravadora, que ignora os próprios medos e acredita no que pode fazer.
E com tudo isso ela vai quebrar maldições, andar por terras desconhecidas, descobrir a magia dentro de si, perceber que está condenada e nem por isso parar/deixar de lutar e amar. Perceber que o melhor amigo é um mostro, um lobo mau, e mesmo assim não desistir dele, salvá-lo em nome da amizade e fazer ele acordar. Apesar de tudo que a vida jogou nela, ela olha para frente e segue, sem preconceitos, quebrando paradigmas e fazendo guerras, né? Afinal, nem tudo pode ser perfeito e ações tem consequências.
As tecnologias Steampunk que a autora descreveu é uma das mais completas e complexas que já li, com direito a autômatos, corvos mecânicos e canhões de éter (também conhecidos como televisão). Mas de novo, achei estranho a data que ela resolveu colocar a história. Nessa data já havia energia nuclear. A elétrica já estava com força total na sociedade ocidental. E ela voltou a tecnologia do vapor e éter característicos desse gênero.
Ela colocou ainda um pouco de distopia na história (só para misturar um pouco e criar mais um desafio para protagonista) e temos a presença de um governo totalitário, repressor, que não acredita e abomina a magia, (qualquer tipo de magia) e ainda queima os condenados. Dependendo do crime, só as mãos, se a pessoa for uma bruxa completa, é pra fogueira mesmo.
E por causa de livros como esse que às vezes não é muito legal conhecer as referencias. Algumas horas me senti em Narnia, outras em Avalon (passando pelas brumas/névoa), com o diário de Tom Riddle... Mas é um mal de todo o leitor. Quanto mais você conhece, menos original se torna cada narrativa. Apesar disso essa história é fantástica e merece ser lida.
Teve o pequeno problema de citarem o filme Múmia no meio do livro. Ainda dizendo que era um "filme", palavra que até então não existia. Foi o erro mais grotesco, que não sei se foi de tradução ou se tem no original mesmo. Mas mesmo que tenha no original, deveriam ter contato para a autora...
No final que fui descobri que esse livro é o primeiro de uma série. Já tem 3 livros lançados nos EUA e não sei se fica nisso ou tem mais.

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