Autora: MARION ZIMMER BRADLEY
Esse livro consegue, no final, conectar a Guerra de Troia com a Lenda do Rei Arthur. De maneira bem feita, simples, eficiente como só a Marion Z. Bradley poderia ter feito.
***Esse texto contém Spoilers***
Kassandra fundou Avalon.
Sim, a Kassandra, filha de Príamo (último Rei de Tróia), irmã de Heitor (herói da guerra de tróia, que foi morto por Akiles), assassina de Akiles (afinal foi ela que atirou a flecha envenenada no calcanhar de Akiles, dando inicio a expressão), irmã de París (que roubou a Helena de Esparta) e por último, sacerdotisa de Apolo, fugiu depois da queda de Tróia, se refugiou na Inglaterra e fundou Avalon, também conhecida como as terras das fadas, onde minha querida Morgana (irmã, amante entre outras coisas do Rei Arthur) vai protagonizar a série "Brumas de Avalon" escrito pela mesma Marion Z. Bradley.
E foi esse final do livro que me encantou a tal ponto que achei o livro genial.
Começamos do inicio:
Brumas de Avalon é um dos meus livros favoritos de todos os tempos. Li há bastante tempo, mas lembro como me apaixonei pelos personagens, pela Deusa, mãe da terra. Me senti como uma própria sacerdotisa, e quando acabei de ler o livro queria embarcar diretamente pra Inglaterra, procurar Avalon e me tornar de fato uma sacerdotisa. Infelizmente, nunca consegui ir.
Até que recentemente um professor me contou que a mesma autora de Brumas tinha também escrito sobre a guerra de Tróia. (Infelizmente ela já morreu, logo não teremos mais Avalon decentemente) Então fui a procura do livro.
Todo mundo que conhece um pouco da história da Guerra de Tróia, sabe que os Deuses do Olimpo tem uma participação forte na lenda, e antes de começar a ler, me perguntar como a autora ia juntar a religião politeísta de Zeus com a grande Deusa, mãe de todos de Brumas. E isso fica bem confuso no começo do livro. Na verdade, no livro inteiro. Kassandra que apesar de se dedicar ao seu Deus do Sol - Apolo - virar sua sacerdotisa e tudo o mais, possui o dom da Visão e volta e meia vai para o templo da Deusa. A mesma assume um pouco a forma de Palas-Atenas - que seria a principal Deusa de Tróia. Kassandra teria o poder das mulheres dos dias antigos (desde sempre a religião pagã de Avalon era a antiga, né?)
A parte que achei mais legal foi a parte em que a briga dos Deuses, entre Apolo e a grande Deusa, ocorre dentro do corpo de Kassandra, que obviamente fica meio doente e talz. Achei essa sacada genial também.
O livro acaba resumindo a Guerra de Tróia em uma guerra para saber quem assumiria o poder, as mulheres ou os homens. Até antes da guerra, quem governava eram as rainhas, que tomavam parceiros quando se sentiam sozinhas, porém a linhagem era matriarcal.
Na terra de Príamo, a situação já começa a mudar um pouco. Hécuba, mãe de Kassandra, Heitor e etc, que seria a verdadeira Rainha de Tróia, porém ela abre mão do seu direto por amor à Príamo, e a dominação dos homens só gera destruição e guerra.
Confesso que o livro vai ficando meio cansativo. Até porque a guerra de Tróia durou 10 anos. E quase todos os personagens que aprendemos a amar acabam por morrer. Mas ei, já sabemos disso de princípio né? Mas mesmo sabendo quem deveria morrer, e mais ou menos como, não torna nada menos triste. Quase chorei no final do livro, quando os akaios de fato tomam posse da cidade e matam quase todo mundo.
Agamenon é um idiota, bruto, nojento. Em cada adaptação odeio mais esse personagem.
Outra coisa que gostei do livro foram os centauros. Na verdade, ela os descreve como uma tribo de homens, de baixa estatura, que vivem "livres" e montados nos cavalos. Visto de longe, eles até parecem ser um só com os animais. E são meio vândalos, porque invadem as cidades para roubar mulheres, depois as mutilam para que não possam fugir. Mas se dão bem com as Amazonas (tribo com quem Kassandra cresceu e aprendeu a ser uma guerreira).
Nesse livro Akiles é um bruto, louco a ponto de violentar o corpo de uma amazona depois de já a ter matado e no meio da batalha. Não tem nada do Akiles lindo interpretado pelo Brad Pitty nos cinemas.
É um livro muito maneiro. Cansativo, é verdade. Mas se você gosta da história de Tróia, de mitologia, da Marion Z. Bradley, é um livro imperdível.
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