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24 de ago. de 2012

Série: Freaks and Geeks

Você, fã de How I met your Mother, já imaginou como foi o ensino médio dos personagens? Queria saber como era o Marshal antes de ele conhecer a Lily e o Ted? Pois nessa série você pode ter uma boa ideia de como foi. Jason Segel - o ator que representa o Marshal, não é o protagonista dessa série, nem está no mesmo papel, mas confesso que vi muitas semelhanças entre o Nick - personagem de Jason nessa série - e seu personagem em HIMYM.

Falando um pouco dessa série que tem apenas 18 episódios, foi gravada no final dos anos 90, porém representa um ensino médio dos anos 80, e dito isso, já deixo claro que a trilha sonora é espetacular - se você gosta do rock dessa época. A abertura é com a música Bad Reputation cantada por Joan Jett e por ai vai... Enquanto assistia aos episódios, por várias vezes me vi cantando e quase dançando com as músicas.



A série conta com vários atores que mais tarde vieram a se tornar verdadeiras celebridades, alguns nos papeis principais, e muitos com histórias pequenas - papeis que conseguiram antes de ter nome.

Além disso, como a série se passa nos anos 80, ainda não havia internet. Pesquisa e estudos eram feitos na biblioteca e/ou em um enciclopédia. É bem estranha e quase irreal para nós a cena que Lindsay vai procurar na enciclopédia os efeitos da maconha no sistema. E a parte em que a garota ganha uma calculadora, e isso já era para lá de tecnologia e coisa de destaque. É interessante assistir essas séries, que não são nem tão antigas, e ver o quanto o ensino, de uma maneira geral, mudou com os avanços tecnológicos.

Mas falando um pouco da história, Lindsay - a protagonista dessa série - é uma menina tipicamente nerd. A melhor atleta de matemática, considerada uma "calculadora humana". Mas depois da morte da avó, ela começa a se perguntar se vale a pena fazer tudo tão certinho e por isso resolve "mudar de amigos" e por isso começa a andar com os "Freaks" da escola, ou seja, aqueles que já fazem sexo, usam drogas, tiram notas baixas, matam aulas e não querem nada com a vida. Em contraponto, ela tem um irmão mais novo, com 14 anos (que vai virar o psicólogo Sweets em Bones) que é um nerd total, com seus 2 amigos mais nerds ainda. O menino, com o clichê de ser apaixonado pela Cheerleader, é um fofo que sofre e apanha simplesmente por ser nerd.
A história é muito gostosa de se ver, rápida e vale a pena. Com a dose certa de drama e humor, a série mostra o mundo antes da revolução da internet, representando os anos 80 que muitas vezes ficam esquecidos na nossa memória.

15 de ago. de 2012

Série: Bomb Girls


E a produção audiovisual do Canadá me surpreende mais uma vez.
Já tinha falado aqui sobre a série The Listener, uma produção Canadense, com o protagonista capaz de ler mentes e atualmente na 3ª temporada.
Agora descobri essa série chamada Bomb Girls - tradução literal "Garotas da Bomba". Tudo bem que quase tudo nessa série grita EUA! São poucas as referencias canadenses, e se não fosse pelo fato de tão pouco divulgada por aqui e ter demorado tanto para eu conseguir acesso aos 6 episódios da primeira temporada, jamais diria que é do Canadá.

A história se passa no meio da segunda guerra mundial. Para localizar no tempo, no último episódio dessa primeira temporada acontece os bombardeios a Pearl Harbor. Com o mundo em guerra, os homens obviamente partiram para a luta, abrindo espaço no mercado de trabalho para as mulheres - que ficaram no país e de alguma forma precisam fazer dinheiro. Com isso, as fábricas começam a montar linhas de produção exclusivamente femininas. Claro que o cargos mais altos e mais importantes ainda estão de responsabilidade masculina, porém já é um avanço a simples presença das mulheres nesse ambiente.
A protagonista da história é a filha de um grande empresário - logo sem problemas financeiros - que resolve querer trabalhar. O pai arruma um emprego para ela na fábrica de bombas, a princípio o emprego é de secretária que naquela época significava arrumar os arquivos em ordem alfabética. Mas como todo a boa protagonista, ela quer mais.
Indo para a fábrica, conhecendo as meninas que trabalham na linha de produção ela decide que quer fazer mais. Quer lutar a guerra também, e se não pode na linha de frente do combate, que seja na fabricação de bombas - o que diga-se de passagem é quase tão importante. Ela é uma menina bastante idealista e a frente de seu tempo. Tem um noivo americano, e a relação deles é deliciosa de assistir. Ela quer que ele seja homem, se imponha. Namore ela de verdade, demostre o amor e carinho. E ele, ainda preso nos costumes antigos, quer respeitá-la, esperar até depois do casamento para qualquer avanço. Quer cuidar dela de outra forma. Ela trai ele no primeiro episódio, ele trai ela mais pra frente, eles brigam, eles se reconciliam... é lindo de ver ele aceitando que ela é praticamente uma mulher do século XXI com ideais fortes e aceitando ela desse jeito.
Mas se dependesse só da protagonista, a série não seria tão boa. As outras personagens que trabalham na fábrica porque precisam geram uma série única. A mulher que gosta de mulher, a menina que fugiu da família que tinha um pai que batia nela, os homens que ainda não respeitam as mulheres no trabalho - o assédio sexual que acontece. Os negros. Ou melhor, o negro que toca na banda de Jazz e é fantástico reportando como o Canadá tinha menos, porém ainda tinha, discriminação racial. A responsável pelas meninas da fábrica, uma mulher forte que tem 2 filhos na guerra, e um marido inválido em casa que não acredita na guerra (ele ficou inválido na primeira guerra mundial). O italiano... o que é aquele italiano lindo! Sofrendo preconceito por ter nascido na Itália, mas mudado para o Canadá quando tinha menos de 2 anos. Mesmo assim, não pode ser um soldado na guerra, e foi trabalhar na fábrica para ajudar a pagar as contas de casa (ainda vive com a mãe, italiana). (Para quem não sabe, a Itália, comandada por Mussolini, se aliou a Hitler (Alemanha) na segunda guerra e por isso, italianos acabavam sendo vistos como espiões.)
Não tem uma história paralela que não seja interessante nessa série. Ela é deliciosa de assistir, e já foi renovada para uma segunda temporada, dessa vez com mais episódios. Vale super a pena dá uma conferida.

13 de ago. de 2012

Livro: A Batalha do Apocalipse

Antes mesmo de ler esse livro já tinha uma ideia de como começaria a resenha sobre ele no blog. Mas a cada capítulo eu pensava em outra coisa que deveria dá destaque e mudava a resenha completamente. Até que agora, que finalmente acabei de ler e posso escrever a resenha, não faço ideia de como começar. É bem provável que não faça nenhum sentido, e que eu fale coisas contraditórias ao longo do texto - porém foi assim mesmo que me senti lendo a Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr.

Normalmente eu não falo quem é o autor do livro, mas nesse caso acho importante ressaltar, pois é um escritor da nova geração brasileira. Parte da história, das batalhas, acontecem aqui no Rio - o que é meio estranho, e um dos motivos de eu ter pego para ler. Quando me contaram sobre o ambiente peculiar, achei super interessante, mas quando li de fato, achei um pouco forçado. As principais histórias acontecem de fato no Oriente Médio. E como é sobre o Apocalipse, não tem como fugir da Bíblia. E adivinha? O Rio não tem nada Bíblico! Apesar das descrições da cidade, a história e tudo ser bastante interessante, não achei muito condizente com a história geral, que diga-se de passagem é muito boa. O RJ acabou virando um detalhe, um atraso na vida dos protagonistas, que estavam longe de onde deveriam ir para lutar a batalha final.
Minhas partes favoritas do livro foram as novas visões dos textos bíblicos, como a queda da torre de Babel. Mas confesso que fiquei um pouco frustada na parte sobre o nascimento de Jesus. Estava esperando para saber quem Ablon - o protagonista da história - seria dentro da narrativa, e nada aconteceu, ele não foi ninguém. Mas quando é explicado porque Jesus seria um menino santo, fiquei mais satisfeita com a interpretação.
Shamira é a feiticeira mais legal do mundo, mas não curti essa coisa de se alimentar dos espíritos para se tornar imortal. Seria bem mais interessante se o Ablon tivesse dado seu sangue a ela, de maneira meio egoísta, para ela ser imortal. Teria muito mais conflito. (parte da mitologia criada diz que o humano que conseguir beber o sangue de um anjo através de um determinado ritual consegue a vida eterna, porém essa é meia amaldiçoada).
O livro é longo, e em alguns momentos pensei que era infinito. Levei bastante tempo lendo e foi impossível ler direto. Talvez pelo simples fato desse não ser meu tipo de leitura favorita, ou pelo livro ser cansativo mesmo, afinal toda a história do mundo - desde a criação dos cosmos, até a batalha do apocalipse - está reinterpretada nas quase 600 páginas do livro. Além disso, Eduardo inventou outros mundos dentro do nosso. Separou com o tecido da realidade o plano etéreo e astral. Com os barqueiros de Styx inventou muitas outras realidades. Mesmo com os personagens principais sendo anjos - o que indicaria um Deus monoteísta, onipresente e todas as coisas bíblicas - as outras religiões e seres 'mágicos' não foram desprezados, e existem nas muitas realidades e planos. As interseções dos mundos são muito interessantes e dentro do universo do livro, explicam perfeitamente a história sem criar expectativas erradas.
Mas tenho que admitir, nunca li nada tão fantástico e diferente quanto essa obra. Talvez se fosse dividida, cada evento histórico um livro menor, ficasse menos cansativo.
Quando já estava chegando para o final tiveram capítulos que eu simplesmente parei o livro e fiquei pensando "Como? O Que? WTF??". Cheguei a achar que o autor tinha ficado meio louco e não conseguiria resolver o mistério. Como estava lendo bem devagar, já tinha esquecido de feitiços e detalhes do começo do livro, mas eles foram usados para explicar o final perfeitamente. Não vi grandes furos que impossibilitassem a história. Talvez o maior fosse sobre a identidade do anjo negro, que já tinha previsto antes, mas lembrava de em alguma parte ele estar em 2 lugares ao mesmo tempo, mas não tenho certeza. Teria que ler o livro de novo com calma, já sabendo a identidade, para ver se realmente existe esse furo. Porém ainda estava esperando alguém mais poderoso.
Em muito dessa história eu vi "Supernatural". Os anjos são malvados. O arcanjo Miguel é um ditador sedento de sangue e por incrível que parece, Lúcifer não é tão mal assim. Existem demônios não tão ruins e com a consciência pesada. Existe salvação. É uma reinterpretação muito bem feita.
É um livro bem complicado de escrever sobre ele, ainda mais evitando contar spoilers. Tiveram algumas coisas no texto que me irritaram um pouco sendo a principal a mania de escrever perguntas "clichês" no meio dos capítulos - sabe aquelas 'e agora, o que irá acontecer? Ele vai para a direita ou para a esquerda? Será que vai dar certo? Ninguém tem como saber." - e tem várias dessas perguntas no meio do livro. Elas já estão no meu subconsciente, não era necessário estarem em palavras no final dos capítulos.
Falando um pouco sobre os personagens da trama - Cadê as cartas com os poderes e fraquezas de cada casta de anjo? Cadê o mapa de hierarquia angélica? Teria facilitado bem a minha vida durante o livro. Cada vez que nos era apresentado uma nova casta de anjos, a frase vinha imediatamente seguida de informações como força e fraqueza, principal poder. Sabe aquelas cartas que os meninos de Big Bang Theory jogam? Então, seria bem fácil criá-las com os personagens desse livro. As informações já estão ali, descritas direitinha. O que é uma coisa que me cansou um pouco, uma vez que nem sei jogar isso e nunca fui muito fã.
Os nomes escolhidos também foram bem interessantes, mas me confundiam um pouco. Apollyon e Ablon lutando... às vezes confundia os nomes. E porque Deus não poder ser Deus? Deus se chama Yahweh (não sei nem como pronunciar isso).
Sinceramente, achei que é um livro que vale a pena ler e conhecer. Mesmo não sendo seu tipo de leitura, a história é interessante e te faz no mínimo pensar. E os novos autores brasileiros merecem o destaque.
Parabéns Eduardo Spohr. Você criou mundos fantásticos.

Obs. Comecei a ligar a pessoa ao livro quando fui em uma palestra na Cátedra da Unesco na PUC, com ele. Conhecê-lo me fez ter mais vontade de parar para ler o livro. E se ele de fato for no clube do livro da Saraiva, poderei conversar com ele depois de lido a história. Tenho várias perguntas!!!