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15 de ago. de 2012

Série: Bomb Girls


E a produção audiovisual do Canadá me surpreende mais uma vez.
Já tinha falado aqui sobre a série The Listener, uma produção Canadense, com o protagonista capaz de ler mentes e atualmente na 3ª temporada.
Agora descobri essa série chamada Bomb Girls - tradução literal "Garotas da Bomba". Tudo bem que quase tudo nessa série grita EUA! São poucas as referencias canadenses, e se não fosse pelo fato de tão pouco divulgada por aqui e ter demorado tanto para eu conseguir acesso aos 6 episódios da primeira temporada, jamais diria que é do Canadá.

A história se passa no meio da segunda guerra mundial. Para localizar no tempo, no último episódio dessa primeira temporada acontece os bombardeios a Pearl Harbor. Com o mundo em guerra, os homens obviamente partiram para a luta, abrindo espaço no mercado de trabalho para as mulheres - que ficaram no país e de alguma forma precisam fazer dinheiro. Com isso, as fábricas começam a montar linhas de produção exclusivamente femininas. Claro que o cargos mais altos e mais importantes ainda estão de responsabilidade masculina, porém já é um avanço a simples presença das mulheres nesse ambiente.
A protagonista da história é a filha de um grande empresário - logo sem problemas financeiros - que resolve querer trabalhar. O pai arruma um emprego para ela na fábrica de bombas, a princípio o emprego é de secretária que naquela época significava arrumar os arquivos em ordem alfabética. Mas como todo a boa protagonista, ela quer mais.
Indo para a fábrica, conhecendo as meninas que trabalham na linha de produção ela decide que quer fazer mais. Quer lutar a guerra também, e se não pode na linha de frente do combate, que seja na fabricação de bombas - o que diga-se de passagem é quase tão importante. Ela é uma menina bastante idealista e a frente de seu tempo. Tem um noivo americano, e a relação deles é deliciosa de assistir. Ela quer que ele seja homem, se imponha. Namore ela de verdade, demostre o amor e carinho. E ele, ainda preso nos costumes antigos, quer respeitá-la, esperar até depois do casamento para qualquer avanço. Quer cuidar dela de outra forma. Ela trai ele no primeiro episódio, ele trai ela mais pra frente, eles brigam, eles se reconciliam... é lindo de ver ele aceitando que ela é praticamente uma mulher do século XXI com ideais fortes e aceitando ela desse jeito.
Mas se dependesse só da protagonista, a série não seria tão boa. As outras personagens que trabalham na fábrica porque precisam geram uma série única. A mulher que gosta de mulher, a menina que fugiu da família que tinha um pai que batia nela, os homens que ainda não respeitam as mulheres no trabalho - o assédio sexual que acontece. Os negros. Ou melhor, o negro que toca na banda de Jazz e é fantástico reportando como o Canadá tinha menos, porém ainda tinha, discriminação racial. A responsável pelas meninas da fábrica, uma mulher forte que tem 2 filhos na guerra, e um marido inválido em casa que não acredita na guerra (ele ficou inválido na primeira guerra mundial). O italiano... o que é aquele italiano lindo! Sofrendo preconceito por ter nascido na Itália, mas mudado para o Canadá quando tinha menos de 2 anos. Mesmo assim, não pode ser um soldado na guerra, e foi trabalhar na fábrica para ajudar a pagar as contas de casa (ainda vive com a mãe, italiana). (Para quem não sabe, a Itália, comandada por Mussolini, se aliou a Hitler (Alemanha) na segunda guerra e por isso, italianos acabavam sendo vistos como espiões.)
Não tem uma história paralela que não seja interessante nessa série. Ela é deliciosa de assistir, e já foi renovada para uma segunda temporada, dessa vez com mais episódios. Vale super a pena dá uma conferida.

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