Séries policiais não são exatamente as minhas preferidas, mas devido a oferta sempre acabo assistindo uma o outra. Meu maior problema com essas séries são os furos que sempre acabam tendo. E nisso NCIS mostra porque é diferente. Os furos são muito pequenos. Quando aparece um super vilão, muito legal e que merece mais episódios, ele não é esquecido para reaparecer só lá na frente quando ele volta. Em todos os episódios entre a primeira aparição e o fechamento da saga - com o vilão preso ou morto - pelo menos 1 citação a ele é feito nos episódios, nem que seja a tela do computador ao fundo tentando identificá-lo no sistema. (reconhecimento facial)
NCIS significa "Naval Crime Investigative Service", ou em português Serviço de Investigação Criminal Naval, e com isso o foco da série são assassinatos de marinheiros - todas as patentes e terrorismo nos navios americanos. Confesso que adoro quando o crime acontece de fato nos navios, onde a equipe de investigadores acaba indo para o mesmo, e a série mostra um pouco da "vida embarcado". O fato de ser militar, e nos EUAs eles terem uma cultura de guerra - todas as gerações lá viveram uma guerra, bem diferente da gente aqui no país do jeitinho e sem briga - acaba explicando o sucesso dessa série lá, mas a falta de audiência nas bandas de cá.
Outra coisa que chama muita atenção na série são os personagens. A essa altura os roteiristas já deviam saber que a diferença entre uma série que está indo para a 10ª temporada com sucesso, e uma que não passa da primeira é a profundidade dos protagonistas. E isso é outra coisa que NCIS fez muito bem.
Começando pelo Gibbs, o chefe da equipe, que tem no currículo 4 casamentos e 3 divórcios. A primeira mulher - grande amor da sua vida - junto com a filha, foram mortas devido a tráfico de drogas, e Gibbs, como bom marinheiro, foi para o México e assassinou o responsável. Isso mesmo, ele é um herói de guerra, pois foi da marinha americana antes de virar investigador, que investiga assassinatos sendo ele mesmo um assassino que saiu impune. Claro que a família do tráfico de drogas vem cobrar a dívida, o que dá episódios bem interessantes.
Depois temos o lindo DiNozzo. Ex-policial de homicídios, mudou para NCIS e é o "segundo em comando". Vive fazendo referências a filmes (isso virou obrigatório em todas as séries mesmo?), mulherengo que só.
Temos o McGee, o computer geek, que resolve essa parte dos crimes. Na primeira temporada ele não era fixo, mas logo na segunda acharam que ele se encaixou na equipe e ele virou o novato.
Ainda na equipe que vai a campo, temos as meninas. Kate - que sai no final da segunda temporada - e Ziva - que entra na terceira temporada para "ocupar" o lugar da Kate. Não, a Kate não saiu porque ela quis. Foi super emocionante a saída dela, e o episódio com a irmã dela na 8ª temporada me fez chorar litros. Fiquei com pena dela ter morrido, ainda tinha muita história para ela, mas a verdade é que Ziva colocou uma pimenta na equipe. A menina filha do chefe da Mossad (inteligência Israelense), treinada para matar chega na equipe e cria um novo ambiente, diferente e bastante interessante. A relação dela com o DiNozzo é....como colocar em palavras?!... deliciosa de acompanhar? A maioria fica subentendido e quase nunca acontece algo explícito para deixar a audiência feliz, mas que eles tem uma relação tem. Uma das coisas que não gostei até agora foram os namorados que arrumaram para ela. Tudo bem que eles não podem ficar juntos de verdade, mas cara, se é para ele ter um namorado, uma proposta de casamento, pelo menos coloca um cara bonito e mais interessante lá. Os homens dela são todos errados.
Agora como ter uma série de investigação policial sem um médico legista? Ai entra o Duck - apelido carinhoso do Dr. Mallard, o médico legista. Ele é um fofo, conversando com os mortos, encontrando respostas e sempre nos enchendo de conhecimento inútil sobre tudo, basicamente.
E com ele temos o assistente, Palmer, um garoto que é basicamente uma versão mais nova do Duck. Ele aparece na terceira temporada só, e junto com ele chega o "quebra-cabeça de carne". Uma história que tinha tudo para ser MUITO interessante e ficou meia de lado. Eu realmente achei que o Palmer seria o vilão dessa história, mas acho que todo mundo gostou tanto de trabalhar com o ator, e viram como o personagem poderia render histórias bem legais que acabaram terminando aquela história mais ou menos, inventando um assassino estranho e sem noção para fechar o arco do "quebra cabeça de carne" e mantiveram ele em todas as temporadas depois. Eu gostei bastante dele, e do que fizeram com o personagem, mas que o quebra cabeça ficou sem graça ficou.
E para finalizar com a melhor personagem, temos a Abby, a especialista forense. Ela sabe tudo e faz todos os testes forenses. Desde analisar carros, até mexer com espectrômetro de massa e hackear computadores. Ela é a mulher maravilha. E para melhorar a situação, ela se veste como gótica, dorme em um caixão, mas é pessoa mais feliz do grupo. Ela é uma contradição ambulante. As cenas dela são sempre legais. Ela foi a primeira a falar que eles são uma família, ela vive para o trabalho e a base de cafeína. Bom, ninguém dorme muito nessa equipe enquanto eles estão investigando qualquer coisa.
NCIS é uma série deliciosa que me surpreendeu muito. Além do fato de ter 9 temporadas e ser possível acompanhar bem o desenvolvimento da tecnologia nesses últimos 10 anos, desde os celulares, até os computadores. Outro episódio que merece destaque é o sem luz. Sem eletricidade, eles tiveram que fazer tudo na mão, do modo "difícil".
Obs. Ainda existe o NCIS Los Angeles, que foi um spin off dessa série. Ainda não assisti, mas pelo que vi por ai, é mais tecnológica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário