Esse não foi o único problema, mas para mim foi o maior. Eu gosto de finais felizes, e não leio livros que já me dizem de antemão é que de chorar. Porém essa história merecia. Ou que ela deixasse o final em aberto, para cada um pensar o que quisesse, mas não esse final tão contos de fadas, totalmente incompatível com a narrativa até então.
Mas falando da narrativa, Camryn é uma menina perdida no mundo. O namorado do ensino médio morreu em um acidente de carro e ela acredita que jamais encontrará novamente o amor. Junte a isso o irmão na cadeia, os pais se divorciando, a melhor amiga brigando com ela, e o 2º namorado, que existia apenas para aliviar a dor de ter perdido o 1º, traiu ela. (também né?). Tem tanta desgraça, e ela é uma menina tão carismática apesar de, que é muito fácil se relacionar com ela, se enxergar nela.
Com a vida nessa fossa, ela decide pegar a estrada e sair por ai. Sem plano nem documento. Porque afinal ela é uma menina de 20 anos, que não pensa em trabalhar, fazer faculdade ou nada do gênero.
Ela pega um ônibus, e parece que o plano dela é conhecer as rodoviárias, porque em nenhuma das paradas do ônibus, mesmo tendo que esperar mais de 1 hora, ela não vai dar uma volta para conhecer a cidade. Mas isso a gente releva.
No ônibus ela conhece o gatinho. O cara perfeito, o homem que (quase) toda a mulher deseja. Já trabalhou de modelo e tem a tendência para violência protetora. (sério, qual o problema das meninas por ai que querem caras dispostos a lutar, fisicamente e literalmente, por elas? Se eu um cara cair na porrada com o outro na minha frente, eu saio correndo. Sou contra a violência de qualquer forma, ainda mais quando desnecessária). Mas de qualquer jeito, é claro que Andrew sabe dar porrada e é o anjo protetor da Camryn.
A história vai se desenrolando, eles pegam a estrada juntos, se apaixonam e tudo que você já espera só de ler a sinopse. Tem uns momentos tristes, as falas de duplo sentido (imagino que o original, em inglês, deva ter muito mais), momentos engraçados... Alguns erros na narrativa, mas de uma maneira geral, é uma história normal, como qualquer outra desse gênero.
Uma diferença desse livro são as inserções com a visão dele. A ideia é legal, mas me pareceu forçado. Que homem olha uma garota pela primeira vez e pensa: "Que menina lindinha". Sério, lindinha? Gostosa, bonita, gata, qualquer um desses eu aceitava, mas lindinha, no diminutivo, é sacanagem.
E várias passagens que ele está falando eu me perdia, achando que era ela. A linguagem deles é muito parecida. A autora não soube separar as visões, não soube entrar na cabeça de um homem de 25 anos com os problemas dele.
Tem muitos erros narrativos. Se ele sabia da condição dele, porque não aceitou o convite para sexo casual dela? Eles ficam muito tempo sem dormir, dirigindo na estrada. Fazem coisas no carro que é pedir para acontecer um acidente, mesmo com toda as desgraças envolvendo acidentes de carro da vida dela. Sexo em todas as posições e em nenhum momento se preocupam com camisinha, pílula ou qualquer método anticoncepcional... Esse livro não é um exemplo para ser seguido. Por favor, não pegue um ônibus para lugar nenhum esperando encontrar um Andrew. Isso é ficção e tem várias erros que a tornam incompatíveis com a vida real.
O livro é isso, é mais um. Não é perfeito, mas devorei em uma noite. Gosto desse tipo de leitura e ponto. Vou ler um atrás do outro e me iludir. Tenho vontade de pegar um ônibus, avião, carro ou qualquer coisa e simplesmente ganhar o mundo. Já fiz isso algumas vezes e apesar da experiência ter sido interessante, não é tão "perfeita" quanto no livro. Não encontrei meu Andrew, Travis, Remy...
Só acho que a editora podia ter caprichado um pouco mais na edição. Ainda mais sabendo o quanto ela pagou para trazer esse livro. A pressa de colocar no mercado impediu de fazer uma coisa melhor.
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