Nesse livro a autora volta a 'família original' - isto é, no primeiro livro dela que fez sucesso, o Melancia, ela nos apresentou a família Walsh, constituída de um pai, uma mãe e 5 irmãs. O primeiro romance foi sobre a filha mais velha da família. Férias é sobre a filha do meio. Tipo, do meio mesmo, ela é a terceira. Tem duas irmãs mais novas e duas mais velhas.
Bom, como todos os personagens dessa autora, ela tem a origem irlandesa, porém mora fora do país há algum tempo, no caso, New York. Alguma coisa acontece, e ela se vê obrigada a voltar ao seu país de origem.
No caso, Rachel, nossa personagem, é internada em uma clínica de reabilitação na Irlanda, depois de sofrer uma overdose e ser levada ao hospital para uma lavagem estomacal. A personagem principal é toxicomana, porém dentre os personagens satélites, temos muitos alcoólatras, alguns comedores compulsivos, enfim uma série de vícios. Por isso, acho esse livro uma quase aula de psicologia. Tem os estágios para lidar com o vício, como agir uma vez que você está desintoxicada, etc etc etc...
Já tinha lido esse livro há algum tempo atrás, e gostei muito. Devo ter emprestado para alguém que nunca me devolveu, porque minha edição normal, grande, sumiu. Assim, como queria muito reler, acabei comprando a versão de bolso. Mas ainda acho que falta alguma coisa nessa versão... ou na minha memória eu tinha criado um livro muito mais complexo que ele realmente é - mas isso não tira o mérito do livro. Ainda gosto muito dele.
Uma das partes que mais gosto nesse livro é no final, quando Rachel, após todo o tratamento, está pensando no que fazer da vida. Tem 28 anos, nunca fez faculdade, nem nada do gênero, trabalhou como arrumadeira em hotéis de quinta categoria a vida toda. Até antes de se assumir dependente e fazer o tratamento, vivia para conseguir mais drogas, agora o que fazer? Então a madrinha dela, também uma dependente em recuperação, pergunta:
" - Que tal voltar a estudar? Talvez fazer um curso universitário quando você souber o que quer fazer.
- Um curso universitário? - Rachel ficou horrorizada - Mas levaria muito tempo. Quatro anos, talvez. A essa altura eu já estaria com 32 anos. Caquética!
- Mas um dia você vai ter 32 anos mesmo"
É uma forma bem discreta de falar, a vida não vai parar, está sempre pra frente e você vai chegar aos 32 anos... pode chegar se formando em um curso universitário, seguindo em frente, ou pode chegar lá com o mesmo emprego de camareira, com salário de fome, que ela já tinha até então. Acho que isso serve para todo mundo pensar um pouco.
Mesmo não tendo problemas tão graves quanto os descritos no livro, ele me faz pensar nos meus próprios vícios, nas coisas erradas que escondo de mim mesma.
É um livro que aconselho a todos! Como aconselho qualquer livro da Marian Keyes!
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