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5 de dez. de 2013

Livro: Na Ilha

Eu cismei que o nome desse livro é Na Praia, sei lá porque... Bom, talvez por causa da capa que não tem nada a ver com a nada e está completamente fora de lugar. Não entendi bem a razão da Intrínseca ter a mantido, porque além de não ter nada ver com a história, não é uma que nos faz parar na livraria para ver o livro.
Sim... eu não comprei o livro, eu ganhei. E na hora de enrolar e não fazer o que tenho que fazer, eu sou mestre, então acabei lendo esse livro em uma noite, quando deveria estar estudando...
É um daqueles livros tranquilos que você lê rapidinho, em menos de um dia. E apesar de, pela capa, você não poder falar nada da história, a sinopse está bem construída, relatando brevemente o que aconteceu ANTES do livro. Sim, tudo o que está na sinopse acontece nas primeiras 50 páginas. A história é a partir dali.
É bom, apesar de ter alguns problemas temporais bastante chatos. Ela mudava o ano em que se passava a história bem rápido, e misturou acontecimentos. Quis usar fatos para construir o romance e acabou se perdendo. Ela devia ter feito uma pesquisa melhor, usado uma linha do tempo em cima do seu lugar de estudo e feito as interseções entre realidade e ficção de forma mais correta. Acho legal autores que utilizam fatos para construir seus romances, mas o tempo deve ser respeitado.
Ainda teve o problema da calcinha dela, preta a principio, ter virado branca DO NADA. Os itens de limpeza e higiene duraram para caramba, o que foi levado para durar 1 mês, durou 3 anos.
Em alguns momentos tive a impressão de que a autora nunca nem acampou. A personagem tinha umas preocupações meio bobas considerando onde ela estava, perdida em uma ilha deserta com um adolescente quase homem. Preocupações como lavar a roupa com sabão, raspar a perna, ter óleo de bebê para se masturbar... coisas meio estranhas considerando tudo... Pode me chamar de porca, mas se eu tô perdida no meio do nada, com suprimento super delimitado, já praticamente sem esperança de ser resgatada... eu não vou me preocupar se tenho pêlos nas pernas ou não.
Além disso, se eu consegui matar um tubarão, ele será refeição por mais de um dia. Ainda mais considerando que tem uma fogueira para esquentar e cozinhar a carne.
A autora ainda ficou com medo de tocar em tabus e esperou o T.J. crescer para construir o relacionamento, estendendo muito o tempo presos na ilha, criando uma rotina meia bizarra e fazendo o tempo passar muito rápido. De repente já era aniversário dele, natal, ano novo, dia dos namorados, aniversário dela, "volta as aulas" e aniversário dele de novo. Ela esperou ele ter quase 19 anos, um corpo de homem formado, para finalmente acontecer um relacionamento físico.
Ele, T.J., é um personagem muito interessante, afinal teve que crescer quando teve câncer, o que tornou seu passado trágico necessário para justificar o relacionamento. Um menino que aos 15 anos descobre a doença, tem o relacionamento lindo com a outra menina também doente. Ela morre, ele sobrevive. Ele cresce emocionalmente, se recupera. Vai passar as férias com os pais, se perde na ilha. Com 15 anos ele teve que pensar se queria ter filhos no futuro, pois o tratamento o deixa estéril. Se ele não tivesse passado por tudo aquilo, dificilmente conseguiria manter o final feliz com uma mulher 14 anos mais velha que quer casar e ter filhos.
Ela, Anna,é uma professora de inglês presa em um relacionamento sem futuro. Aceita o trabalho do outro lado do mundo para pensar e se distanciar. Tudo acontece. Até pela idade, ela já passou da fase de dúvidas. Ela é uma mulher que sabe o que quer.
Para resumir, eu curti muito os protagonistas, e apesar dos problemas temporais, é uma história bem divertida, para passar o tempo.

12 de nov. de 2013

Livro: Laços de Sangue


Eu não queria ler esse livro agora porque sei o efeito que a Richelle Mead tem em mim. Apesar de eu ter mais de 40 livros para ler me aguardando, estou desesperada pela continuação e me controlando ao máximo para esperar a editora Seguinte lançar em vez de comprar o inglês. (Que foi o que aconteceu com a série Academia de Vampiros, da mesma autora e praticamente o começo dessa série).
A mitologia criada em Academia de Vampiros deu tão certo que a autora resolver escrever um spin off, ou seja, pegou uma personagem relativamente carismática da primeira série, mas que não teve grande importância, e esta virou protagonista da série Bloodlines. O gatinho nº 2, que só se ferrou na primeira série, ganhou um espaço maior e virou o gatinho nº 1 nessa série.
Ficou confuso? Talvez um pouco, mas Richelle é assim. Confunde, mistura, muita coisa acontece em pouco tempo, várias não fazem sentido... Mas por algum motivo, a história é viciante.
E honestamente não sei explicar porquê.
Se eu der um passo para trás e parar para analisar o livro, vou perceber os vários erros de histórias, as situações além do impossível, a quebra na própria mitologia. Contudo, quando eu estou lendo, nada disso importa. Tudo faz sentido e se encaixa. Cada página puxa a outra, cada aventura me surpreende.
Sinceramente, não acho legal ler esse livro sem antes conhecer Academia de Vampiros. Você vai ficar perdido. Ela explica parte da mitologia, de novo, o que deixa quem já conhece um pouco cansado. E alguns mistérios perdem esse status uma vez que você entende o mundo em que se passa a história. Confesso que não lembrava muita coisa da primeira série, mas aos poucos tudo foi voltando. É... pensando melhor, talvez seja melhor começar por essa série... um pouco de mistério nunca vez mal a ninguém... porém não sei se sem conhecer a primeira série, essa te explicará tudo. Acho que sim, mas bem aos poucos, a medida que for sendo necessário para explicar a nova história. Como já disse, não lembrava de muita coisa, e não me fez falta esse conhecimento prévio.
As poucas cenas que a Rose aparece, ela rouba o livro. E pensando um pouco agora, a personalidade da Sydney sofreu grandes alterações para ficar mais parecida com a de Rose. E a Jill, que era fofa e simpática, virou a Lissa (chata, sem graça, e incapaz de ter outros amigos). Mentira, nenhum personagem jamais será tão chato quanto a Lissa.
A relação com os strigoi nesse livro muda um pouco, o que me dá uma pequena esperança que ela irá abalar a sociedade e mostrar que strigoi nem sempre é do mal. Ao mesmo tempo, sei que isso é impossível. Ela criou o bem e o mal e vai manter o mundo nisso. Talvez a grande capacidade da autora é me surpreender por não me surpreender. A gente pensa "não... não pode ser tão óbvio", mas é. Tá bom, algumas vezes não é tão óbvio assim...
Uma coisa que não entendi foi o porque da rosa na capa. Não faria muito mais sentido se fosse um lírio? Mesmo que no vermelho e talz... Tudo bem que o nome do 2º livro é "O Lírio Dourado", e tem essa flor na capa, mas ainda assim, a rosa não tem sentido. Ela ficou na academia de vampiros!! Virou guarda costas da Lissa chata. Enfim, vai entender o que se passa na cabeça dos designers que criaram a capa.
Ah, e se você está feliz, como eu tava, achando que é uma trilogia, com as 3 capas bonitinhas que a Ed. Seguinte já divulgou, fico contente em anunciar que você está enganado. Vai até o 6, de acordo com o Goodreads, sendo que o último ainda não foi lançado. E imagino que toda essa história se passará em apenas 1 ano, como aconteceu com a primeira série. Jura Richelle? Precisava mesmo disso tudo?

Obs. Editora Seguinte, alguma chance de vocês publicarem o capítulo perdido do Adrian? Mesmo que só e-book. Fiquei curiosa agora.

Droga. Vou ler qualquer outra coisa para tentar esquecer essa série e esperar, esperar, esperar...

31 de out. de 2013

Filme: Adam

Descobri esse filme através de uma resenha do livro Passarinha lá da editora que trabalho. Como o livro tem uma protagonista autista, com síndrome de Asperger, a blogueira achou legal relacionar com esse filme, cujo protagonista também tem que conviver com a mesma condição.
Mas as semelhanças acabam ai. Em Passarinha, a protagonista tem 10 anos, enquanto em Adam, ele já é um homem, com diploma universitário e vida adulta.
Esse filme é uma comédia romântica, e trata do assunto de forma tão leve e gostosa que é tudo que eu gosto, apesar daquele final, digamos que, surpreendente considerando que é uma comédia romântica.

Adam já é um adulto, mas que conviveu com o pai a vida inteira, sendo protegido e evitando que o "mundo real cruel" o impeça. Acontece que ninguém é para sempre e o pai morre deixando Adam para viver sozinho e cuidar de si mesmo. Sim, ele ganha uma herança boa e tem um amigo da família que sempre o ajudou, mas acaba ai. O emprego que ele está no momento o demite, em parte por ele ser super qualificado para o mesmo e ganhar pouco, em parte por ele querer levar além da expectativa os brinquedos que produzem, criando custos impossíveis para o produto.
Só para deixar claro, ele tem um diploma de algo próximo a engenharia elétrica e é muito inteligente, só que, por causa da síndrome, tem dificuldade de se relacionar com as pessoas.
E é ai que aparece Beth, uma mulher que acabou de se mudar para o apartamento de cima dele. No começo ela não entende que ele é diferente. Enxerga apenas um menino doce e simpático e em alguns momentos bastante mal educado e sem timing de conversa.
Mas ele gosta dela, e ela dele. E aos poucos eles fazem dar certo uma relação. Não muito tradicional... porém quem se importa?
Ela o ajuda com as entrevistas para outros empregos, ele a ajuda a ter inspiração para escrever seu livro infantil.
Entre dramas e crises, a vida e o relacionamento deles acontece como qualquer outro. E é fofo, simpático, dramático, engraçado...
Os dois crescem e aprendem até o desfecho do filme.
Adam prova que uma pessoa com a síndrome pode sim viver uma "vida normal".


28 de out. de 2013

Livro: Morte Súbida

Como escrever sobre um livro que não sei o que pensar? Um livro que foi um massacre lê-lo por completo, mas entendi a proposta e vi muito da Rowling em suas páginas.


Morte Súbita mostra, dentro de uma sociedade do interior, intrigas existentes nas grandes cidades, nas grandes famílias, dentro dos bairros, nas cidades do interior.
As fofocas, a superioridade natural que algumas pessoas pensam que possuem, a novidade, a sede de poder, os segredos que escondemos de nós mesmos.
Reclamei com amigos que não gosto de livro sem protagonista. No caso desse livro, a protagonista é a cidade, o que torna tudo muito confuso. Personagens possuem mais de um nome (o nome real, o apelido dado pela família e o apelido pejorativo). Até você entender tudo isso, a cabeça vai dando um nó.
Como sempre acontece quando há vários personagens na história, sempre existe aquele que você se identifica, se relaciona de alguma forma. Barry, o morto, virou um anjo por estar morto. E para nos mostrar isso, a autora mata outros personagens no final, em um trágico evento, uma situação de causa e consequência.
J.K. tem uma visão quase sociopata de Pagford, sem emoções. Descreve fatos, mesmo quando se refere ao amor, ciúme, ódio, inveja... 
Os personagens trepam, chupam, fumam... Palavras e expressões que usei muito na minha adolescência como forma de revolta e agora mostradas cruas e diretas no texto. Me espantei com cada uma delas, como se fosse errado lê-las em um texto da Rowling. Me espantei, mas entendi. Ela queria quebrar com o mundo mágico, e assim o fez.
Desenvolveu uma visão crua, em alguns pontos até cruel do mundo, mas nem por isso menos verdadeira. A morte nos torna anjos. E qual a consequência de uma morte? Como cada um reage a mesma? Alguns choram, sofrem, outros fogem das maneiras mais diferentes e ainda há aqueles que não se abalam, que se aproveitam... Mas eventualmente todos seguem em frente. Porque afinal, a outra opção é ir junto, é morrer também. E para quem fica, as consequências.
É... o mundo é assim. Não é porque deu certo para uma pessoa que dará para outra.
A busca por autenticidade de Bola criou o personagem mais falso, incapaz de sentir, de falar o que está vivendo.
Krystal é uma menina que sofre simplesmente por ter nascido. Um erro que nunca foi capaz de reparar. Sem culpa, sofria e ninguém entendia. Acabou virando a culpada.
Andrew, apesar de todos os pesares, é um fofo. A vida dele não é mais fácil que a de ninguém, mas mesmo com tudo o que passa continua sendo doce, se apaixonando e tentando passar pela adolescência sem grandes traumas.
Sukhvinder só queria que alguém a escutasse. E foi preciso que viesse uma menina de Londres para isso acontecesse. Na cidade, ninguém percebia.
Cada personagem com o seu segredo, com a sua história.
Cada ação, uma reação.
Sem começo nem final, Morte Súbita é um meio. É uma reação a uma morte. E acaba quando outra acontece.
É simplesmente a vida. Vista sem os óculos da magia.

Essa música que combina com esse livro, apesar de tudo.

23 de out. de 2013

Livro: Do Seu Lado

Chick Lit era meu gênero de literatura favorito, até eu descobrir o YA. Mas ainda tenho uma paixão escondida, que com livros gostosos como Do Seu Lado, renascem e me lembram porque eu sempre gostei de lê-los.
Do Seu Lado é leve, rápido, fofo... é aquele alívio no meio do turbilhão de ideias e pensamentos. Não é um livro para mudar sua vida, mas para te fazer dar uma pausa e sonhar, talvez até quem saiba olhar pro seu melhor amigo e perceber que Friendzone não é legal... Afinal de contas, quem disse que ele não pode ser o amor da sua vida?
Fiquei sabendo desse livro em parte porque a autora é brasileira. E eu realmente quero dar uma chance para os autores contemporâneos brasileiros, contudo, até esse livro, nunca achei uma história boa o suficiente.
Tudo bem que Do Seu Lado falta conflito, não tem vilão, começa pelo final e termina como novela da globo. É extremamente previsível, mas qual Chick Lit não é?
Eu me relacionei bastante com a família da Sarah. A avó da personagem me lembrou muito a minha avó, que perdi no começo do ano. Por isso me emocionei nas cenas simples, como o jantar de família, e nas não tão simples quando a avó vai para o hospital. Sem dúvida foi minha personagem preferida.
É a dinâmica familiar brasileira, que é diferente do resto do mundo, porém nunca vemos retratada nos livros. É tão legal ler sobre uma música brasileira, ver como ela se relaciona com o livro de outra forma.
O que não ficou muito claro é os pais da Sarah são aposentados, mas de quê para viver confortável daquele jeito? Outra pergunta é como os protagonistas ganham dinheiro. Tudo bem que são arquitetos em uma firma grande, mas eles largam tudo para fazer a pós-graduação fora do Brasil. Vão passar 1 ano vivendo de que? Fiquei preocupada...
Queria saber em qual cidade se passa o livro. Ela deixou isso bem em aberto, podendo ser qualquer lugar do mundo. A festa da roça na casa dos pais de Igor foi divertida, apesar de meia irreal, bastante "chico bento".
Mas quem se importa com essas coisas?
É chick lit, é fofo, e a autora é brasileira. Vale muito a pena conferir!

Obs. Fernanda Saads vamos deixar de ser puritanas e escrever uma cenas de sexo? Não precisa ser nada demais, mas senti falta no livro. As indicações de "coisinhas" com o Bruno ficaram meia vagas...

Música que é citada no livro:

14 de out. de 2013

Livro: Easy

Acho que serei massacrada de escrever isso, mas a verdade é que não curti Easy. Talvez por terem falado tão bem do livro que fui com as expectativa lá em cima e... não fui correspondida.
Na real, nem ia fazer resenha, mas pelo que percebi por ai, sou a diferente que não gostou então resolvi levantar a discussão.

Aviso que terá muitos spoilers a partir daqui, então se você ainda não leu, pretende algum dia e não gosta de spoiler, PARE de ler agora, e volte depois.

O livro é um "New Adult", ou seja, a protagonista está com 20 e poucos anos, no 2º ano de faculdade, já fez sexo... enfim, as discussões vão além do drama adolescente de ele não me ama, vou morrer se não ficar com ele... Mas será mesmo?
Jacqueline, a protagonista, é uma mulher muito burra que não sabe quem é se não tiver namorando alguém. É o tipo de pessoa que quando você pergunta: Quem você é?, a resposta será sempre: "Eu sou a namorada do Kenedy/Lucas/Landon." Ela é dessas que não sabe ser solteira, e por medo de ficar sozinha vai atrás do macho para onde ele for.
A primeira vez que ela faz isso, seguindo o namorado de Ensino Médio para faculdade, ainda é possível entender. Afinal, com 18 anos, hora de entrar no vestibular, ainda somos jovens, não temos certeza de nada, então porque não escolher ir com o namorado, para uma universidade perto de casa? Uma escolha que eu nunca faria, mas eu entendo quem faça. É muito mais fácil seguir os outros que pensar por si próprio.
Mas ai o namorado de ensino médio, também conhecido aqui como Kenedy, termina com ela. Ela fica arrasada, chora, perde aula, quase reprova... até ai tudo bem. O que eu não me conformei com a burrice dela é no final ela ter sugerido abrir mão do sonho dela de ser música para continuar seguindo o Lucas. Não bastasse ter feito a m* da primeira vez, faria de novo se o novo namorado não fosse sensível o suficiente para não deixar e "obrigá-la" a seguir os sonhos dela.
Além disso, ao longo da história, ela é quase estuprada 2 (sim DUAS) vezes pelo mesmo cara e em nenhum momento pensa em fazer aula de defesa pessoal. É necessário que a "melhor amiga dela" a carregue para as aulas que são dadas GRATUITAS no campus da universidade. Sério cara? Você é quase estuprada e não faz nada? Eu juro que entendo não contar, não denunciar, mas esse fato não mudar NADA na sua vida é complicado. Pelo menos deprimida e amedrontada ela tinha que ter ficado.
A melhor amiga dela é a famosa "Queen B", está acostumada a mandar e todo mundo obedecer. E claro que Jacqueline faz exatamente tudo o que ela manda. "Agora você vai conversar com ele só para dar seu nome, depois nem olha na cara dele. É a operação Bad Boy". E a Jacquie faz. Porque afinal, me repito aqui, quando os outros pensam por você é bem mais fácil.
Agora vamos falar do Lucas. Para começar ele é um Stalker, cujo objeto de ficção é ela. Mas ninguém se importa porque ele é gato. Mas sério, eu já tava ficando assustada. A mulher tropeçava ele tava lá. Na aula de economia, trabalhando no Starbucks que ela ia tomar café, é ajudante do instrutor da aula de defesa pessoal, até faz tudo em república das fraternidades o cara faz. Porque ele coincidentemente vai consertar o ar condicionado da casa que terá a festa que ela vai estar presente, recusa a gorjeta e ganha um ingresso. PURA COINCIDÊNCIA. Aham, claro. Se ele realmente fazia tudo o que se propõe a fazer nesse livro ele não iria se formar nunca. Ainda mais em engenharia. Mas tudo bem. Até os desenhos que ele fazia dela enquanto ela ainda namorava OUTRO, (provando minha teoria de Stalker, e ela sendo o objeto de obsessão dele) eu sou capaz de relevar. O que não me conformou foi o trauma de infância dele. Sério, se ele fosse esquisito, feio, tivesse olho torto, ele seria um psicopata e seria jogado na cadeia. Ninguém passa pelo que ele passou aos 8 anos e SEM TERAPIA NEM NENHUM TIPO DE TRATAMENTO, COM O PAI DOIDO FICANDO MAIS TEMPO PESCANDO QUE COM ELE, se recupera numa boa. E ainda trata sexo como "Só faço sexo casual, nunca amei ninguém". Ele ainda não descobriu o "prazer" de matar, mas é só uma questão de tempo. Ele já quase matou um no livro.
Outra coisa que gostaria de reclamar desse livro: Todas as mulheres sofreram abuso sexual? Sério? E só mulher sofre abuso, claro. Tudo bem que as estatísticas são altas, coisa de 1 em cada 8 mulheres sofrem com isso (dado real). Mas em Easy, é 1 em cada 2. É a protagonista, a mãe, a amiga, a garota da fraternidade... Se o mundo for assim mesmo, F.U.D.E.U.
Outra coisa que não entendi desse livro é: Porque eles são um casal?
Entendo a parte da Jacqueline, tava deprê, não sabe ficar sozinha, apareceu o gatinho... Ela ia começar a namorar e se apaixonar por praticamente qualquer pessoa que chegasse perto o bastante e fosse capaz de sustentá-la (percebam que ela só "se apaixona" por ele depois que sabe que ele faz engenharia e tem um futuro brilhante pela frente). Mas porque ela é objeto de obsessão dele eu não entendi. Me pareceu uma pessoa bastante sem graça, além de burra e dependente.

Bom, como eu falei, acho que sou a única pessoa do mundo que não gostou desse livro. Ele tem muitos furos.
Mas mesmo com todos os meus problemas com o livro, li em menos de um dia. Tudo bem que eu parava no meio para xingar ela ou para ficar espantada me perguntando "como o Lucas surgiu ai?"

Obs. Para quem tiver curiosidade sobre o modelo da capa, clique aqui.

23 de set. de 2013

Livro: Espinho de Ferro

No último clube do livro da Saraiva, cujo tema foi Steampunk, acabei ganhado esse livro. Ele chegou meio no final, ninguém sabia muito bem sobre o que se tratava. A Frini, mediadora do clube, leu a orelha só para gente ter ideia do assunto. (O que está escrito na orelha não tem nada a ver com o livro, mas enfim...) Ninguém nem sabia que esse livro é um Steampunk e como tal fazia todo o sentido estar naquela edição de clube.
E tenho que começar falando que fiquei muito feliz de ter ganhado. Em suas 500 páginas (sim, esse livro é grande) não há um momento para pausa. É ação, ação e ação. Não é o melhor livro que já li, e tive sim alguns problemas, mas essa história me fez viajar por 1 semana, e me deu uma desculpa para não entrar no computador todo o dia quando voltava do trabalho. E agora que eu acabei estou me sentindo assim... vazia, desocupada, com um buraco na minha imaginação.
Esse livro tem uma capa feia. E nada por fora indica o que iremos encontrar na história. Até o nome traduzido não tem muito a ver e por isso eu entrei completamente despreparada para a aventura que me aguardava junto da doce e inteligente Aoife. (por que esse nome? por que? - e o pior é que é o único nome do livro que é assim ruim. Todos os outros são "normais")
Como eu já disse, não sabia que era um Steampunk e por isso demorei muito para me situar. Eu sabia que se passava depois de uma grande guerra, mas não sabia bem qual. Imaginei que fosse a primeira, mas lá para frente do livro percebi que era a segunda. O livro se passa no ano de 1955, como descobri da metade para o final, com o diário que tem uma data. E até eu chegar nessa parte não tinha certeza de nada. E isso foi uma coisa que senti falta da autora, ela deveria ter pesquisado melhor essa década de 50 para fazer os costumes de acordo. Em alguns momento eu sentia que a Aoife queria ser a Srta Alexia Tarabotti, de Alma?, com as regras de etiqueta de outro século.
Mas quando a personagem assume a sua personalidade, ela é ótima. Ela é uma mecânica, uma engenheira, ela pensa em números. Ela trabalha e estuda cercada de meninos, ela está entrando em uma área que até hoje é dominada pelo sexo masculino. Ela gosta de se sujar, de graxa, de coloca a mão na massa e ver/fazer a máquina funcionar. E é essa a personagem que me conquistou. Forte, desbravadora, que ignora os próprios medos e acredita no que pode fazer.
E com tudo isso ela vai quebrar maldições, andar por terras desconhecidas, descobrir a magia dentro de si, perceber que está condenada e nem por isso parar/deixar de lutar e amar. Perceber que o melhor amigo é um mostro, um lobo mau, e mesmo assim não desistir dele, salvá-lo em nome da amizade e fazer ele acordar. Apesar de tudo que a vida jogou nela, ela olha para frente e segue, sem preconceitos, quebrando paradigmas e fazendo guerras, né? Afinal, nem tudo pode ser perfeito e ações tem consequências.
As tecnologias Steampunk que a autora descreveu é uma das mais completas e complexas que já li, com direito a autômatos, corvos mecânicos e canhões de éter (também conhecidos como televisão). Mas de novo, achei estranho a data que ela resolveu colocar a história. Nessa data já havia energia nuclear. A elétrica já estava com força total na sociedade ocidental. E ela voltou a tecnologia do vapor e éter característicos desse gênero.
Ela colocou ainda um pouco de distopia na história (só para misturar um pouco e criar mais um desafio para protagonista) e temos a presença de um governo totalitário, repressor, que não acredita e abomina a magia, (qualquer tipo de magia) e ainda queima os condenados. Dependendo do crime, só as mãos, se a pessoa for uma bruxa completa, é pra fogueira mesmo.
E por causa de livros como esse que às vezes não é muito legal conhecer as referencias. Algumas horas me senti em Narnia, outras em Avalon (passando pelas brumas/névoa), com o diário de Tom Riddle... Mas é um mal de todo o leitor. Quanto mais você conhece, menos original se torna cada narrativa. Apesar disso essa história é fantástica e merece ser lida.
Teve o pequeno problema de citarem o filme Múmia no meio do livro. Ainda dizendo que era um "filme", palavra que até então não existia. Foi o erro mais grotesco, que não sei se foi de tradução ou se tem no original mesmo. Mas mesmo que tenha no original, deveriam ter contato para a autora...
No final que fui descobri que esse livro é o primeiro de uma série. Já tem 3 livros lançados nos EUA e não sei se fica nisso ou tem mais.

15 de set. de 2013

Livro: Bruxos e Bruxas

Esse é um livro para quem não gosta de ler. Foi escrito visando essa geração internet que passa o dia inteiro lendo no facebook/twitter e outras redes sociais, mas não conseguem se concentrar por tempo suficiente para entender um livro inteiro.
Contém capítulos muito curtos, de no máximo 3 páginas, nenhum pensamento é muito desenvolvido, é um mistura de referências absurdas, nada faz muito sentido e cabe ao leitor preencher as várias lacunas. Considerando tudo isso, a editora Novo Conceito está de parabéns com a campanha que realizou em cima desse livro, fazendo a caixa brinde, o hotsite, toda a campanha do facebook, de verdade, foi a maior campanha publicitária no meio digital para um livro que já vi. Teve direito até a enviar CD com vídeo para os blogueiros postarem/compartilharem nas redes sociais, passando por uma "invasão" do facebook da editora com um e-mail para os cadastrados avisando que a página tinha sido hackeada.
E agora que eu li o livro entendo porque essa campanha foi tão importante. É preciso comunicar para quem não curte ler que esse é um livro para ele.
Mas claro, eu que não sou o público alvo, também fui impactada pela campanha e, óbvio, achei o livro superficial, rápido mas não no bom sentido, nenhum mistério demora muito para ser resolvido... é quase um não livro. E outro detalhe, como eu leio muito, pude perceber a mistura de referências loucas que tem no livro. Desde o "E o vento levou" (NC, essa existia mesmo ou vocês que colocaram?), até "A garota em chamas". Harry Potter está em peso aqui, com os dementadores, chaves de portais e vários outros elementos.
Teve um errinho mais chato no livro que foi o "enforcamento até a morte". Sério, existe uma pena de enforcamento sem morte? "Seus crimes serão punidos com enforcamento, até seu pescoço ficar roxo, depois disso a gente te libera."
O legal desse livro é no final terem os livros, artistas, museus... que foram banidos pela Nova Ordem. Mas me senti lendo Turma da Mônica, porque nenhum nome é o mesmo, todos sofreram pequenas mudanças. Harry Potter virou "Harry Podre e a Ordem dos Idiotas", Eragon virou "Edragão", Crepúsculo virou "Saga Aurora" e por ai vai... De longe a parte mais divertida do livro.
Outra coisa boa do livro foi no último capítulo um recado para o leitor, diretamente. Incentivando os jovens a participarem da vida política, a viveram o momento, não fazer tudo o que os outros mandam sem questionar e etc. É um livro para mostrar como as crianças e adolescentes podem ter força se assim desejarem. Como os adultos tem "medo" deles e do que eles podem fazer, e por isso os "prendem" (nas escolas talvez, James Patterson? Ou no computador mesmo?). E sim, eles irão dominar o mundo. Assim que crescerem e forem adultos, a próxima geração sempre irá dominar eventualmente.
Quanto a edição, só tenho elogios a editora. Quando vi a imagem nas redes sociais, achei bem simples, nada demais. Mas quando peguei o livro, ele é todo especial, ou seja, apesar da arte não ser nada fora do normal, eles capricharam na impressão, usando efeitos bem legais. Da próxima vez que você for a uma livraria, pegue o livro. Este vale a pena ser visto com a mãos.







11 de set. de 2013

Livro: Uma Noite no Chateau Marmont

Comprei esse livro já há algum tempo, nessa de "Gosto da autora, naturalmente gostarei do livro" - a autora é a mesma de "O Diabo Veste Prada" - Infelizmente isso não foi verdade.
Talvez pelo fato da história se passar depois do casamento, quando tudo está dando certo para o casal mas de alguma forma eles encontram erros, motivos para brigar.
O casal, Julian e Brooke, se conheceram há mais de 5 anos, casaram e ela sustenta a casa enquanto ele investe na carreira de músico. Ai ele faz sucesso e ela fica irritada com isso.
Parece que eles nunca discutiram o que aconteceria se ele fizesse sucesso. Ou talvez nunca imaginaram aquele tipo de fama. Mas cara, nem em sonhos?
Me recuso a acreditar que pessoas que querem ser modelo/atores/cantores não desejam, de alguma forma, abrir mão da sua privacidade. Faz parte do trabalho, sempre fez. As pessoas querem fofocas, e as celebridades servem para sustentar essa indústria. Uma coisa não existe sem a outra.
Tudo bem que o sucesso dele vai mudar a estrutura familiar... mas isso já era esperado, ou não? Não se pode esperar ter sucesso e não mudar nada da sua vida.
Enfim, esse livro é de depois. Depois que você encontrou o cara da sua vida, depois que você casou, depois que sua vida já está estabelecida.
Talvez se eu tivesse nesse depois, eu teria curtido mais a leitura. Desde que eu descobri o romance jovem adulto, que naturalmente está mais próximo de mim, o chick lit clássico acabou se tornando meio cansativo.

31 de ago. de 2013

Série: Necessary Roughness

Essa série é fofa, leve, engraçada, divertida... ótima para aqueles momentos de tédio, quando é necessário relaxar. Ou pelo menos era até o final da 2ª temporada.

Nessa última temporada eles resolveram dar uma repaginada, mudaram quase tudo, tiraram personagens importantes da história... enfim, até o foco da série mudou. E com ele foi a leveza que tornava a série tão gostosa. Surgiram chefes malignos, com teorias da conspiração de alta tecnologia, mudanças de DNA e outras coisas meio surreais e no limite da paranoia. Mudou para a pior.
Mas vamos começar do começo porque essa série é legal e merece uma resenha que fale de suas melhores e pior temporadas.
Na 1º temporada somos apresentadas a Drª Dani Santino, uma mulher com 2 filhos adolescentes, casada que tem um consultório de psicologia apenas por ter, para se sentir útil. Então ela descobre que o marido está a traindo e sem nem pensar 2 vezes dá um pé na bunda dele, pede o divórcio e, na deprê de acabar um relacionamento de 15 anos, vai para uma boate, conhece um gatinho, dorme com ele. No dia seguinte, descobre que ele faz parte da equipe técnica de um grande time de futebol americano, conversa vai, conversa vem, ela acaba indo trabalhar com ele, sendo a psicóloga do time e tendo a responsabilidade de tratar da saúde mental dos jogadores. (Até porque, convenhamos, esporte de elite é mais psicológico que físico. Fisicamente são quase todos iguais, a questão é: Você aguenta a pressão?).
Mas em cada episódio ela trata esportistas diferentes, não apenas do futebol americano. Tem jogador de poker, tenista, motorista de carro de corrida... enfim, ela vai se especializando em todo e qualquer esporte. Lidar com a pressão, descobrir porque está acontecendo algum tipo de bloqueio (eles sempre estão com algum problema, perdendo tudo ou com medo de entrar em quadra/ringue/campo..., não conseguem seguir adiante e tem uma competição a poucos dias na frente e é o trabalho dela colocá-los na competição com a melhor chance possível.)
Esse é o padrão dos episódios. Falando assim pode parecer chato, mas não é. Todas as séries "médicas" tem fórmulas para seu semana a semana. E funciona muito bem.
E isso foi uma coisa que curti dessa 3ª temporada. Quando tiraram de vez ela do time de futebol americano e ela começa a trabalhar em uma agência, onde tem modelos, atores, escritores além dos atletas dos mais diversos campos. E ai começa a fazer sentido todos os casos dela.
Ou seja, os casos são interessantes, o que eles devem arrumar é a história dela. Fazer a personagem Dani Santino uma pessoa com problemas que o público possa se relacionar.
Sim, a série tem problemas. Inclusive de figurino. Como pode qualquer pessoa ficar sem crachá de identificação no vestiário/backstage dos jogos? No banco, ao lado do campo? Alguns personagens, com a mãe dela, que poderia ter sido uma personagem muito carismática, foi mal escala ou mal escrita, e no final não ficou legal. E SUMIU do nada. Não lembro de um motivo para ela simplesmente desaparecer, só percebi que ela reapareceu muitos episódios depois.
Outra coisa é que ela engravidou no último ano de escola, casou com o namorado de ensino médio/1º amor. 17 anos depois descobriu que ele traia ela e separou em um piscar de olhos. Depois quer ficar sério com outro homem. Em seguida. Sem parar para pensar, sem curtir estar solteira. Ela, aparentemente, não sabe o que é sexo casual. Tudo se desenvolve em relacionamentos sérios, pensamentos de casamento e uma nova família. Ela quase não sofreu com o término do relacionamento. O que é aceitável, mas sei lá.
E o casal que se forma depois é tão perfeitinho que estava ficando bastante sem graça a série. Os casos eram maneiros, mas a vida pessoal dela já estava organizada absurdamente. Não tinha conflito.
Depois eles criam o conflito, reescrevem, até que na 3ª temporada decidem tirar de vez esse casal da jogada, tirando o ator da série. (Isso foi uma boa sacada)
Confesso que vi o casal Nico e Dani na 1ª temporada, mas eles enrolaram para colocar em ação hein?!. Deixaram para 4ª temporada. Que eu espero que tenha, ou talvez não. Não sei. Para continuar eles devem voltar para o que adoramos nas primeiras temporadas, e evoluir a personagem. Mas algumas coisas, como os filhos dela, que foram completamente ignorados nessa última temporada, deveria voltar. A discussão familiar é uma coisa maneira nessa série. Os filhos mereciam mais destaque, apesar de terem mudado de personalidade no meio do caminho, DO NADA. O menino começou como um pegador com uma namorada por semana, e acabou apaixonado por uma vegan que mudou a casa inteira, para depois ir para a França com uma herdeira rica e mimada e por lá ficar.
A série é divertida, como já disse, mas em vários momentos penso que seria melhor se fosse no formato de sitcom e não com os 40 minutos atuais. Mas percebemos que o canal USA está investindo na série quando trouxe o John Stamos. Eu esperava um relacionamento amoroso quando vi, mas me decepcionei. Em vez disso encontrei teorias da conspiração, desvio de dinheiro, doping genético e etc...
E se você tem medo de assistir porque fala de futebol americano, e como eu, não entende nada do campeonato americano, relaxa. A série é sobre a pressão do esporte, e se você gosta de esporte, qualquer que seja, entenderá. Até porque se depender de entender o campeonato americano, já era. A única coisa que eu sei é que os playoffs não são a final. Mas aparentemente nessa série, ir para os playoffs é o bastante para um time. Eles não mostram derrotas.

11 de ago. de 2013

Livro: Entre o Agora e o Nunca

Existem pessoas azarentas e existe a Camryn Bennet. Existe ainda uma autora sem culhões pra finalizar o livro na hora certa.


Esse não foi o único problema, mas para mim foi o maior. Eu gosto de finais felizes, e não leio livros que já me dizem de antemão é que de chorar. Porém essa história merecia. Ou que ela deixasse o final em aberto, para cada um pensar o que quisesse, mas não esse final tão contos de fadas, totalmente incompatível com a narrativa até então.
Mas falando da narrativa, Camryn é uma menina perdida no mundo. O namorado do ensino médio morreu em um acidente de carro e ela acredita que jamais encontrará novamente o amor. Junte a isso o irmão na cadeia, os pais se divorciando, a melhor amiga brigando com ela, e o 2º namorado, que existia apenas para aliviar a dor de ter perdido o 1º, traiu ela. (também né?). Tem tanta desgraça, e ela é uma menina tão carismática apesar de, que é muito fácil se relacionar com ela, se enxergar nela.
Com a vida nessa fossa, ela decide pegar a estrada e sair por ai. Sem plano nem documento. Porque afinal ela é uma menina de 20 anos, que não pensa em trabalhar, fazer faculdade ou nada do gênero.
Ela pega um ônibus, e parece que o plano dela é conhecer as rodoviárias, porque em nenhuma das paradas do ônibus, mesmo tendo que esperar mais de 1 hora, ela não vai dar uma volta para conhecer a cidade. Mas isso a gente releva.
No ônibus ela conhece o gatinho. O cara perfeito, o homem que (quase) toda a mulher deseja. Já trabalhou de modelo e tem a tendência para violência protetora. (sério, qual o problema das meninas por ai que querem caras dispostos a lutar, fisicamente e literalmente, por elas? Se eu um cara cair na porrada com o outro na minha frente, eu saio correndo. Sou contra a violência de qualquer forma, ainda mais quando desnecessária). Mas de qualquer jeito, é claro que Andrew sabe dar porrada e é o anjo protetor da Camryn.
A história vai se desenrolando, eles pegam a estrada juntos, se apaixonam e tudo que você já espera só de ler a sinopse. Tem uns momentos tristes, as falas de duplo sentido (imagino que o original, em inglês, deva ter muito mais), momentos engraçados... Alguns erros na narrativa, mas de uma maneira geral, é uma história normal, como qualquer outra desse gênero.
Uma diferença desse livro são as inserções com a visão dele. A ideia é legal, mas me pareceu forçado. Que homem olha uma garota pela primeira vez e pensa: "Que menina lindinha". Sério, lindinha? Gostosa, bonita, gata, qualquer um desses eu aceitava, mas lindinha, no diminutivo, é sacanagem.
E várias passagens que ele está falando eu me perdia, achando que era ela. A linguagem deles é muito parecida. A autora não soube separar as visões, não soube entrar na cabeça de um homem de 25 anos com os problemas dele.
Tem muitos erros narrativos. Se ele sabia da condição dele, porque não aceitou o convite para sexo casual dela? Eles ficam muito tempo sem dormir, dirigindo na estrada. Fazem coisas no carro que é pedir para acontecer um acidente, mesmo com toda as desgraças envolvendo acidentes de carro da vida dela. Sexo em todas as posições e em nenhum momento se preocupam com camisinha, pílula ou qualquer método anticoncepcional... Esse livro não é um exemplo para ser seguido. Por favor, não pegue um ônibus para lugar nenhum esperando encontrar um Andrew. Isso é ficção e tem várias erros que a tornam incompatíveis com a vida real.
O livro é isso, é mais um. Não é perfeito, mas devorei em uma noite. Gosto desse tipo de leitura e ponto. Vou ler um atrás do outro e me iludir. Tenho vontade de pegar um ônibus, avião, carro ou qualquer coisa e simplesmente ganhar o mundo. Já fiz isso algumas vezes e apesar da experiência ter sido interessante, não é tão "perfeita" quanto no livro. Não encontrei meu Andrew, Travis, Remy...
Só acho que a editora podia ter caprichado um pouco mais na edição. Ainda mais sabendo o quanto ela pagou para trazer esse livro. A pressa de colocar no mercado impediu de fazer uma coisa melhor.

5 de ago. de 2013

Aleatório: A Corrida da Maratona Literária

Ontem foi o último dia da Maratona Literária. Foi uma semana de muitas leituras, basta dizer que li 4 livros nela. Uma verdadeira corrida literária.
Sim, deixei de ver minhas séries de toda a semana, parei um pouco o Sugar Crush. Tenho a vantagem de estar de férias na faculdade, então tinha minhas manhãs livres e nenhum trabalho urgente para fazer. E consegui, sem tanto sacrifício, cumprir minha meta de leitura e ainda ler o próximo lançamento da Editora Valentina. (que está lindo, MAS ainda não posso falar nada sobre ele.)
Contudo, o que mais gostei dessa semana foi a interação da galera, tanto no twitter quanto no grupo do facebook. Um incentivava o outro, mostrava suas metas, cumpria os desafios. Acho que meu blog nunca foi tão visitado, e comentado...
Aliais, os desafios foram muito legais. Na medida certa para todos participarem. Perdi um pouco de tempo para achar em qual dos 6 blogs estava hospedado, e em alguns o desafio não ficou na primeira página, o que dificultou um pouquinho. Mas as provas foram super divertidas. Acho que participaria mesmo que não tivesse prêmio nenhum nelas. É possível perceber que muitas pessoas já fazem algum daqueles desafios em suas páginas/blogs. Estas tiveram "vantagem" na prova que estão acostumados.
No entanto acho que ninguém teve facilidade em todos, visto que as provas foram desde escrever uma carta há um personagem até o playlist de algum livro, passando por desenhos, edições e quotes. Foram divertidas, e como sempre, tivemos resultados excepcionais e outros nem tanto.
Mas as pessoas participaram. E isso com certeza conta muito, mas do que a qualidade de cada prova.
É verdade que tinha me prometido fazer mais 4 resenhas (que estou devendo ainda) e não consegui. Mas em compensação, fiz a resenha dos 3 livros da meta. Então valeu para alguma coisa. (agora o blog volta as atualizações aleatórias, afinal tudo é caos, tudo é aleatoriedade).
Quero deixar aqui meus parabéns a equipe que organizou a Maratona. Foi bem divertida.

Obs. Para quem ficou curioso, assim como eu, para saber de onde veio essa imagem fofa que usaram como fundo para a Maratona, é de um artista chamado Erwin Madrid, filipino e tem várias imagens muito bonitas no site dele.
Ele é capista infantil e já trabalhou em algumas grandes produções cinematográficas. Essa que usaram, em particular, é a capa desse livro
Destiny, Rewritten.
Pensei em usar uma imagem dessas para escrever meu adeus, mas elas são perfeitas sem nada e não encontrei a fonte que combinasse, nem as poucas palavras que descrevessem tudo o que foi essa semana.

4 de ago. de 2013

Livro: Romeu Imortal

Eu tinha me prometido, estabelecido como meta da Maratona Literária então fiz aquele esforço e li a continuação de Julieta Imortal.


O livro começa bem melhor. Romeu, quando "malvado" e não apaixonado, é divertidíssimo. Mas depois ele se apaixona e perde a graça.
De cara, temos o último capítulo do primeiro livro igual, como primeiro capítulo desse. Era mesmo necessário? Achei bem idiota, fiquei lendo pulando para ver se tinha alguma diferença... não achei nada significativo e achei coisa de preguiçoso. Em vez dela escrever uma introdução interessante, relembrando algumas coisas, acrescentando outras.. não. Mas faz parte.
Ela mantém a ideia de universos paralelos, o bem contra o mal, mas que no final são a mesma coisa e etc.
Minha conclusão desse livro é:
Ela acredita que cada um tem uma alma gêmea, e que para alguns leva 700 anos de maldade para encontrar. Mas depois que você a encontra, em todo e qualquer universo você será feliz com essa pessoa. E sim, ela e somente ela, é a certa para você.
Para a autora, Romeu e Julieta são um casal disfuncional que nunca deveriam ter ficado juntos. Ela separa os dois de tal forma que em nenhum dos universos paralelos criado eles possuem um final feliz juntos.
Julieta odeia Romeu mais do que qualquer coisa, e o culpa por tudo de ruim que aconteceu em sua vida. Precisava mesmo?
Ela cria um universo em que Shakespeare nunca escreveu Romeu e Julieta, mas West Side Story (amor sublime amor) existe. Como?
Surge uma viagem para Las Vegas DO NADA. De repente ele conversaram sobre isso e decidiram fugir. É estanho e tem erros na narrativa.
Claro que os universos paralelos resolvem muitas coisas, mas ainda assim é uma solução meia fraca e estranha. Ela destrói uma das maiores histórias de amor e ódio do mundo. O ódio entre as famílias é quase sumido nesse livro. Ela ignora toda essa parte da história, que pra mim é essencial, e se foca no amor.
Amor, amor, amor... para que tanto amor? Cadê o ódio para deixar a coisa legal?
Não foram os livros mais legais que já li, mas sei lá...
Prefiro o original Romeu e Julieta e várias outras releituras. Não gosto de universos paralelos. E Romeu e Julieta deve ficar juntos.

3 de ago. de 2013

Livro: Julieta Imortal

Em que universo Julieta e Romeu não são um casal? Em que história Romeu sacrificou Julieta por medo de uma vida sem recursos? Onde é concebível que Romeu é mau e Julieta e boa?
Pois foi com esses princípios que Stacey Jay escreve seu romance Julieta Imortal.
Romeu é um tolo que sacrificou seu grande amor por medo de uma vida sem recursos, de um ódio natural que iria surgir quando a vida real, de adulto, surgisse para Romeu e Julieta e o período de lua de mel passasse. Se sacrificou para que ela fosse eternamente feliz no paraíso. Ou assim o foi prometido.
Ela, com o amor que se tornou ódio, ficou presa na terra, ocupando corpos e defendendo o amor verdadeiro, criando auras vermelhas de casais para sustentar a causa e lutando contra Romeu de novo e de novo e de novo. Uma batalha infeliz, errada e sem sentido.
Mesmo depois de 700 anos, ela ainda é uma tola inocente. Não acredita em amor, mas se apaixona pelo... primo do Romeu? Jura?
Pois é... esse livro é estanho. Muito.
Primeiro a autora considera que eles morreram por amor.
Pra mim, eles morreram por ódio. O ódio entre as famílias foi maior que o amor deles, tornando impossível algo belo e simples. Não acho que a história de Romeu e Julieta seja sobre sacrificar tudo por amor, e sim como o ódio pode destruir tudo. Os Capuleto e os Montechio ficaram devastados depois de perder a próxima geração. E na minha cabeça, a morte deles serviu para unir as famílias. É uma história contra o ódio, não sobre o sacrifício que o amor requer.
Mas nesse livro, parece que a peça escrita por Shakespeare incentiva os amantes a se matarem. Onde isso?
Tudo bem que existe muito crime por paixão, mas sei lá... Usar Romeu e Julieta desse jeito mexe com as minhas crenças românticas mais antigas.
Mas tenho que admitir, é o Romeu e Julieta mais diferente que já vi. Acho que da peça original, só o nome mesmo e algumas referências durante o livro.
Existe um conceito de universos paralelos meio estranho. Mas hei, um lugar onde Romeu e Julieta não terminam juntos, só em uma realidade alternativa mesmo.
Confesso que ainda não tenho uma opinião formada sobre esse livro. Ele não tem nada demais, também nada de menos.
É um livro em que Romeu e Julieta são inimigos e isso realmente me perturba, me tira do meu lugar comum. Além disso não existe a morte, exatamente. Ou melhor, ela trabalha com o depois da morte de uma maneira meia estranha. Me pareceu que você não morre, você vai para um universo paralelo, o que faz a morte perder um pouco seu significado.
Sei lá... Não tenho mais o que falar sobre esse livro, só que ele é estranho.
É a história de Romeu e Julieta mais diferente que você já viu. E agora eu vou ler o 2º volume para ver se entendo melhor e passo a ter uma opinião.
Obs. Esse livro foi minha 2ª meta da Maratona Literária.

2 de ago. de 2013

Aleatório: Maratona Literária - Desafios


  • O desafio 6 e último desafio é no Café com Blá Blá Blá. Para mim é o mais complicado até agora. Foram pouquíssimo livros até hoje que depois ou durante a leitura, me veio uma trilha sonora que combinasse com a história. De verdade, música e literatura raramente se misturam em minha mente.

Então vou usar o único livro que lembro ter lido nos últimos tempos que teve uma trilha sonora, mas tem apenas 3 músicas.
O livro é Belo Desastre, da Jamie McGuire. Quando eu fiz a resenha do livro já tinha colocado 2 das 3 músicas. Vou repeti-las.
A primeira música é Please Don't Leave Me, da P!nk:


Com seus altos e baixos, Abby e Travis vivem essa relação conturbada, como na música. Eles terminam, eles voltam. Último beijo, última transa. Depois um pede perdão. Não vivem sem o outro. Se tratam mal, se tratam bem, se amam, se odeiam.

A segunda música é do Maroon 5, One More Night:


Acho que essa música inspirou o livro. Eles são um casal disfuncional, imperfeito, prestes a explodir. A cada página, parece que tudo vai desmoronar. Mas ai se prometem só uma chance, só mais um perdão. 'Tento dizer não, mas meu corpo fala sim'. É a relação deles. E vamos ser sinceros, o gato do Adam Levive nessas cenas de lutar é o perfeito Travis, né? Quero pra mim!

A terceira música é Try, também da P!nk.


A primeira vez que vi esse clipe fiquei perturbada. Essa luta/dança da cantora está perfeita. Incomoda na medida certa. Como o livro. A relação deles é errada, eles não devem ficar juntos, mas eles tentam e tentam e tentam. E terminam juntos. Por quanto tempo, não sei. Mas eles tentam. "Porque a gente se apaixona tão fácil, mesmo quando não é correto?"- Acredito que a Abby se fez essa pergunta algumas vezes.

  • O desafio 5 é no BurnBook. Também tenho que postar aqui, então só vou atualizando o post.
Para entender, clique aqui.

Cote: "O que falta de Alma sobre em sarcasmo. Alexia nos leva a um passado futurista, com muito humor"



Confesso que não colocaria na primeira capa, afinal ela já está completa, com muitos elementos. Mas vale a ideia.
Livro: Alma? - Alguma dúvida em relação a isso?



  • O desafio 4 é no Psychobooks e eu tenho que postar aqui. (Por isso estou fazendo o post). Para entender, clique aqui.



Não precisa ser gênio para saber de que livro é, né?
Branca de Neve - dos clássicos ao atual, essa frase sempre existe. Com algumas modificações, adaptações, mas está sempre lá. Não existe Branca de Neve sem espelho mágico!


  • O Desafio 3 foi no blog Amount of Words. Eu postei direto lá, mas agora acho que ficou divertida minhas repostas, então quis postar aqui também:

Se quiser entender o desafio, clique aqui, ou então só leia e se divirta.

Lorde Maccon, preciso conversar com o senhor. Admita logo que ama Alexia. Todos já sabemos. E por favor, vista-se de acordo e tome chá na xícara, como uma pessoa normal. Para Alexia, etiqueta é importante, apesar dela não estar nos padrões da sociedade vitoriana. Sabemos que a Alexia é sarcástica. É seu jeito de lidar com mundo e com a sua condição, afinal, como deveria ser uma senhorita sem Alma?
Livro: Alma? - da Gail Carriger


- Jane, o que você está fazendo?
- Estou indo nadar.
- Mas porque você tá tirando TODA a roupa? Estamos na praia e não é de nudismo!
- Ahh relaxa. Está chegando uma tempestade. Olhe em volta. Está deserto. Não vai aparecer ninguém.
- Não está deserto. Eu estou aqui e a água deve estar gelada. É perigoso. Você está achando o que? Que é a Garota Tempestade?
- Vamos! A água está deliciosa, pode acreditar!
Livro: Garota Tempestade - da Nicole Peeler


31 de jul. de 2013

Livro: Ladrões de Elite

Minha primeira meta da Maratona Literária era esse livro. E como boa participante, acabei de ler ontem de manhã. Todavia não tive tempo de fazer resenha, então ela vai um pouco atrasada. =/ - Antes tarde do que nunca!

Se eu fosse resumir esse livro em uma palavra, ela seria "Disney". Isso mesmo, Disney. Esse livro é um típico filme da companhia, com adolescente super dotados capazes de coisas extraordinárias, uma protagonista que quer fugir da sua obrigação (quase) moral para com a família, mas no final acaba se rendendo e decidindo que não é possível, família vem em primeiro lugar, um menino gatinho ao lado dela, que é o futuro namorado/melhor amigo... enfim, tem todos os elementos que normalmente tem um filme de espião/ladrão que o canal produz.
É ruim, não. E me dói no coração admitir isso, mas eu já passei da idade dele. Eu vejo muitos furos no livro, na história. Coisas que adolescentes não são capazes de fazer, por mais superdotado que você seja. Eles tem problemas com o tempo, e acabam criando situações que as pessoas não dormem.
Claro que resolver com o melhor amigo milionário, com jatinho particular e casa em todos os lugares ajuda. Mas o tempo de voo dos EUA para a Europa não varia tanto assim.
Como alguém em sã consciência vai acreditar que meninos de 16 anos, por mais disfarçados de adultos que esteja, são técnicos credenciados da maior empresa de aquecedores/ar condicionado do mundo?
Enfim, o livro tem falhas. Algumas mais graves, outras quase irrelevantes. Mas é um filme típico da Disney. Já está praticamente pronto o roteiro.
E é gostoso de ler, simples, rápido. Não tem muito o que pensar e ensina um pouquinho sobre obras de arte. Talvez pudesse ensinar um pouco mais, explicar um pouco mais essa parte. Teria tornado o livro mais relevante e interessante.
E fala sério: O melhor personagem é o Vasily Romani.
O livro é uma série e vou querer ler a continuação sim.
Vai virar um filme, os direitos foram comprados pela Warner. De acordo com o site Omelete, a Drew Barrymore irá dirigir e eles vão subir a idade dos personagens para os 20 anos. (Não será da Disney, mas vai ficar bem mais interessante, mais adulto.)
Agora é uma pena que o livro seja da Editora Arqueiro. Eles usam 4 páginas no final para falar de outros títulos da editora, e estes não são para o mesmo público alvo. O livro tem alguns erros de edição bem chatos, um em particular eu até avisei a editora de tanto que me incomodou. Eles não deixaram uma página em branco. Mas ao mesmo tempo tenho que admitir que a arte de contagem de tempo, viagens ficou maneira. Apensar de forçar algumas viagens desnecessárias apenas para essa mudança. Mas isso foi feito no original, pelo visto. E sim, em 2 semanas, ela não passa mais de 1 dia no mesmo País, apesar de voltar para um que já passou depois.

29 de jul. de 2013

Livro: Especiais

Finalmente li o último livro da série Feios. É verdade que ainda existe o livro Extras, que vem depois de Especiais, porém não faz parte da série. Quer dizer, faz... mas não faz. Deixe-me explicar melhor: Especiais ainda tem a mesma protagonista, os mesmos problemas, os mesmos gatinhos. Extra, tem outra protagonista, outros problemas, outros gatinhos, ou seja, é outra história. Mas falaremos dele em um futuro próximo. Por agora vamos nos ater ao livro Especiais, a última aventura de Tally.
O autor seguiu uma sequência bastante lógica na hora de criar suas histórias. A nossa querida protagonista passaria por todas as 'fases' dentro daquela sociedade. Se no primeiro livro ela era uma feia, sem cirurgia, basicamente uma menina comum e no 2º livro ela é uma perfeita, com os olhos grandes e pele perfeita, nesse 3º ela virou uma especial, ou seja, faz parte do grupo responsável por proteger a cidade, das circunstâncias especiais, e com isso ganhou uma aparência assustadora, dentes afiados e, claro, uma pequena alteração cerebral para acreditar que todos querem destruir o planeta, viver no mato é melhor que na cidade, não existe o amor, todos os outros são fracos, e etc...
Mais uma vez, mexem no cérebro dela. E de novo o livro é ela aprendendo a se identificar além do que a sociedade, ou a operação, impõe. Todos os livros dessa série seguem um padrão muito claro de como funcionará. E com isso ele mantém aquela de "não decepciona, mas também não surpreende".
A única coisa que me surpreendeu foi quando ele matou, sem dó nem piedade, um dos gatinhos. Na hora que li não entendi muito bem, nem o porque. Depois, pensando sobre o livro e até depois de ter lido outras coisas, percebi o que falta nesse livro e porque ele fez isso.
Vamos pensar juntos: Scott Westerfeld é um homem. Tally é uma menina de 15 anos. Scott NUNCA foi uma menina de 15 anos. Ele não sabe como nem o que uma menina dessa idade pensa, ainda mais relacionado a garotos. Quando está divida entre 2 gatinhos então. Ele não sabe escrever os sentimentos dela. Ele jamais conseguiria escrever a escolha dela. Então a resposta simples é lógica, mata um dos meninos e resolve o problema. Ela vai ficar com o outro porque não tem mais uma escolha para fazer. E pensando por esse ponto, a sacada foi bastante genial.
E isso foi uma coisa que tinha me incomodado no 2º livro. Fiquei esperando o DR entre ela e o David por toda a leitura. E o DR dura 1 (UMA) página. Ela olha para um, para o outro e decide. Simples. Sem muitos sentimentos envolvidos, sem grandes explicações, sem dúvidas.
Porque claro, adolescentes não tem dúvida nenhum do que fazer da vida. São pessoas decididas!
Mas a proposta dele é boa. E não funcionaria com outro personagem.
É uma série que faz as pessoas pensarem. E se você é um menino, ou não tem mais paciência para as chatices das meninas de 15 anos, você provavelmente se amarrará nesse livro.

Como já faz um tempo que li o livro, foi isso que ficou na minha cabeça. E também lembro que havia vários erros de edição, palavras erradas e etc. Mas pode ser que eu esteja treinando meu olha na editora...


28 de jul. de 2013

Aleatório: Maratona Literária

Estava pensando muito se participo ou não dessa Maratona Literária. A ideia é muito boa e acho super legal que está movimentando tanta gente e incentivando uma semana para diminuir a pilha de livros.
Eu que o diga, preciso mesmo. Tenho mais de 40 livros não lidos esperando. É, me empolguei nas compras de Natal, promoções do submarino/saraiva. Além disso, trabalho em uma editora, que acaba me fornecendo muito material, alguns originais, os próximos títulos sendo lançado. Acabo passando esses livros na frente. Tudo bem que não sou obrigada a ler, mas quem me conhece sabe que isso não é sacrifício. O problema é só que acabo deixando meus livros, comprados, de lado.

Mas agora, faltando menos de 2 horas para acabar o período de inscrição, resolvi que vou sim participar. E para manter minha meta real, vou colocar apenas 3 livros, de leitura fácil (eu acho) sendo que um já até comecei. (roubando só um pouquinho...)

São eles:


Uma semana para ler 3 livros. Talvez minha meta não seja exatamente realista e isso é um grande problema. Apesar de estar de férias na faculdade e nos cursos de línguas, ainda tenho estágio, e ele ocupa bastante do meu tempo. Vamos ver o que eu consigo.

Outro desafio pessoal, que tentarei fazer essa semana também, é fazer a resenha de 5 livros que já estão lidos e todo o dia me olham perguntando quando vão para a estante. E isso é só após a resenha.
São eles: 
Especiais e Extras, do Scott Westerfeld
Cidade das Cinzas e Cidade de Vidro, da Cassandra Clare
Filha da Feiticeira, da Paula Brackston

Se tudo der certo, teremos uma resenha por dia essa semana, a partir de amanhã. Será que vai dar certo?

Obs. Os boletins diários sobre as metas e tudo, eu farei através do meu twitter @carinavD.


Se quiser saber mais da maratona, clique aqui.
Os blogs que estão organizando são Amount of Words, Bookeando, Burn Book, Café com Blá Blá Blá, Por Essas Páginas e Psychobooks. Um parabéns a eles pela iniciativa.

27 de jul. de 2013

Livro: Pandemônio

Não me julguem, eu comprei o 2º livro antes de ler o primeiro. (Estava em promoção!) Assim, o livro já estava na minha estante e não ia desperdiçar completamente meu dinheiro. Com o papa no Brasil, estou de folga em casa. Está frio. Nada melhor que ler.

Entre a leitura de Delírio e Pandemônio eu pensei bastante sobre o primeiro livro. Sim, ele tem todos os problemas que eu citei na outra resenha. Mas ai parei e analisei um pouco mais fundo. Será que na verdade esse livro não é uma crítica aos anos 60/70, com toda a sua repressão? Porque se desconsideramos o procedimento cirúrgico para remover o amor, o resto bate.
Você não era exatamente pareado, porém tinha que encontrar um marido da mesma classe social. Tinha todo aquele ambiente construído, de normas. Além disso, casamento arranjado é uma situação bastante antiga e até hoje real em países como a Índia.
Existia essa imagem familiar de classe média que todos queriam passar. Homossexualidade, drogas, sexo fora do casamento... tudo isso era abafado, escondido da sociedade. E se Delírio for uma crítica à esse passado, então o livro virou genial. Ele não conta uma história em um futuro distópico, ele fala é do nosso passado, da sociedade preconceituosa, que segue regras e vive fechada em condomínios e cidades. Criticam e matam todos os que não concordam, excluem os diferentes.
E foi com esse pensamento que comecei a ler Pandemônio. E a medida que fui lendo, nas entrelinhas, fui percebendo que há sim essa crítica ao nosso passado. Na Selva, dois homens são um casal e ninguém reclama, acha estranho. A selva tem muitos problemas, de alimentos e tudo mais, mas ali, as pessoas são livres para serem o que desejam ser, para amarem.
E aos poucos, Lena vai se descobrindo. Ela perdeu seu primeiro amor. E como toda série, não é mistério perceber que aparecerá outro gatinho.

Fórmula do livro: Desde Crepúsculo que tenho percebido esse formato de série. No primeiro livro, somos apresentados ao gatinho número 1. Até hoje, a protagonista sempre ficou com ele no final. Ai no 2º livro algo acontece que o primeiro gatinho sai de cena. A menina fica devastada, deprimida, mas tem que aprender a viver sem ele. E nessa aparece o gatinho número 2. Aquele que a ajuda a sair da fossa por ter perdido o gatinho número 1, e com isso ela acaba se apaixonando. E como sempre, no momento que ela cede para o gatinho número 2, quem aparece em cena? O gatinho número 1. E no terceiro livro ela fica dividida sem saber com quem ficar, até que finalmente acontece alguma coisa e ela escolhe. Até hoje, sempre foi o primeiro gatinho.

A mãe dela, que é citada em Delírio e deixado um gancho bastante interessante, ainda não é encontrada em Pandemônio. Esse gancho ficará para o próximo livro. No entanto ela não é esquecida em Pandemônio, o que ficou legal.
Aliais, que final hein? Tudo bem que você já sabe que aquilo ia acontecer, mas gente... Ainda assim fiquei nervosa.
Pandemônio é estranho. O vai e volta dele é cansativo. Não gosto disso. Ela acabou se repetindo e não deixou muita coisa no ar para gente imaginar. Tem gente que gosta disso, eu prefiro descobrir aos poucos o que aconteceu no passado e como chegou naquele momento. O que aconteceu na selva, como ela virou uma infiltrada em Nova York (de todos os lugares do mundo, logo lá), as pessoas que ficaram pelo caminho, as formas de comunicação... Tudo isso podia ter sido passado como memórias, deixando informações quase soltar para o leitor reconstruir. Mas não, ela escreveu tudo, ou quase tudo pelo menos. E ainda se repetiu em alguns momentos. Fez algumas relações da selva com a sociedade meio desnecessárias, meio forçadas.
Mais uma vez, esse livro é fórmula. É mais um livro dentre muitos. Mais uma saga. Não tem nada de especial, contudo é uma fórmula que me agrada.
E com aquele final, quero o próximo livro para ontem!

26 de jul. de 2013

Livro: Delírio

Eu tinha muita expectativa com esse livro. Desde que vi seu anúncio em um bus door pensei que a história seria genial, afinal, na onda de distopias, porque não pensar em um futuro onde o amor seria considerado uma droga? Já temos o culto a beleza, em Feios e a cultura dos reality shows em Jogos Vorazes sendo levadas ao extremo e deram ótimos livros. Mas quando fala de sentimento, e excluir um completamente da sociedade, a situação começa a complicar um pouco.

Dito isso, informo que me decepcionei muito com Delírio. É uma história que talvez fosse genial na década de 90, mas agora é ultrapassada, mais do mesmo, sem nada novo a acrescentar.
A vigilância, tão falada na cidade, nada mais é que o panóptipo, um termo que já existe desde 1785 e conhecido por qualquer estudante de humanas que eventualmente tem que ler Foucault. Uma teoria tão antiga e usada na sua forma mais clássica, com a vigilância do telefone, as patrulhas, o medo, e a vergonha. Tudo bem que em sociedades distópicas esse olhar está sempre presente, e agora com o recente escândalo de vigilância do Obama o termo se atualizou, mas ela não. Usou de uma forma ultrapassada, talvez, não adaptou. Essa teoria existe e é estudada até hoje por um motivo, mas ela é maleável, se encaixando nas mudanças do mundo.
Outra coisa que percebi foi o preconceito intrínseco da autora para/com a homossexualidade. Ela diz claramente que a relação entre pessoas do mesmo sexo é antinatural. A relação dela com sexo é bastante antiga. Para ela, o prazer sexual está relacionado com o amor. Se não temos amor na sociedade, o sexo serve apenas para reprodução, sendo que o número de filhos é estipulado pelo governo. Ela ainda trata a masturbação como algo relacionado com amor e como tal deve ser punido, evitado e controlado. De novo lembrei muito das minhas aulas de psicologia, de Foucault, e em como isso era realidade na década de 80/90. Hoje em dia, já mudou. A sociedade evoluiu.
E ela vai contra ela mesma quando deixa os filhos para crescerem sobre os cuidados dos pais biológicos. Se não há amor, como esses poderão cuidar dos filhos? Por responsabilidade familiar? Se ela vai tirar o amor da sociedade, e as crianças são necessárias para manter a população, a única solução possível é um colégio interno onde o governo controla todos. Afinal de contas, quem se apaixona mais que adolescentes? Lembro de uma amiga que toda a vez que a encontrava, estava amando outro menino. Simplesmente separar meninos de um lado e meninas do outro não vai mudar nada. E para explicar essa minha "revolta", a cura só pode ser administrada quando a criança completa 18 anos, ou seja, essa idade, os menores vivem todos os dilemas amorosos que nós.
Uma coisa que me perturbou que é não pareceu ter havido nenhum estopim para essa mudança. Por que de repente crucificar o amor? Por que as pessoas estava deprimidas e estressadas? Nem todo o sentimento de depressão e stress é relacionado com o amor. Guerras? São ótimas financeiramente e o capitalismo jamais permitirá que elas não existam. A sociedade sem amor não tem um grande desenvolvimento tecnológicos, pelo contrário, parece que voltou à tecnologia dos anos 80, as pessoas não trabalham mais do antes, não estão em condições melhores de vida, ainda existem pobres e ricos. Não vi motivo para tirarem o amor da sociedade.
Me irritou o fato dela jogar amor, paixão, desejo, amizade, prazer e até mesmo gosto em um mesmo saco e dizer que quando você tira o amor da jogada, você tira todos esses sentimentos juntos. Eu vejo como coisas bastante diferentes. E por isso é tão complicado quando você resolve tirar sentimentos do ser humano, escrever "distopias sentimentais". Se você não ama nada, nem ninguém, o egoismo deveria imperar. As pessoas viveriam sozinhas, seriam extremamente competitivas, não abriram mão nunca do que querem. Iriam fazer sexo por prazer, e não teriam preconceitos.
A sociedade de Delírio é extremamente preconceituosa, não há egoísmo, não há nada. As pessoas perdem o amor e viram robôs, que aceitam tudo que o governo impõe. (E eles nem precisam criar lesões no cérebro pra isso, né?) Na verdade, até criam, porque a operação de cura do amor deliria nervosa mexe na cabeça da pessoa. Mas nesse primeiro livro não há uma teoria da conspiração em relação a isso.
Para terminar, quero elogiar a escolha de capa e letras da editora Intrínseca, mas pedir que da próxima vez se preocupe menos com isso e mais com o texto em si. Tem alguns, bastante erros de história. Logo no começo já percebi que não é laranja que a menina chupa, é tangerina/mexerica. Não descascamos e separamos em gomos laranja com a mão, ao menos que você seja um animal.
Obs. O que eu achei genial da história foi quando percebi que a estátua do governador era uma representação do padre de Romeu e Julieta, passando bilhetes, mas quase sempre atrasado.